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26/04/2023 às 16:01

Gilberto promete se opor à CPI da 'Mulher da SES' por falta de objeto e defende o governo

Eduarda Fernandes

Deputado estadual em exercício, Gilberto Figueiredo (União) não vê, por hora, fundamento para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar “a mulher da SES”. Nesta semana, veio à tona uma denúncia sobre a tal suspeita que ensinaria empresários a como vencer as licitações da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Depois disso, iniciaram os rumores da possível abertura de uma CPI para apurar o caso.

Gilberto, que até poucos dias atrás comandava a SES, nega ter conhecimento sobre a identidade da mulher, afirma que “também gostaria de saber” de quem se trata e se diz ansioso pela conclusão das investigações, que correm em segredo de Justiça. Neste cenário, ele entende não ser viável a abertura de uma CPI, pois o caso ainda está em investigação e nem mesmo o nome da tal mulher foi revelado.

“Eu me oporia porque não tem objeto claro, não sabe de quem ou o quê. Como é que vai fazer uma apuração se nem terminou ainda a investigação sobre o assunto? Então acho que nesse momento não contribui em nada fazer uma CPI para apurar ‘a mulher da SES’. Olha só o nome que seria, né, qual é a mulher da SES que vai ser apurada? Todas que trabalham na SES? É isso que vai ser? Porque ninguém sabe quem é”, declarou à imprensa nesta quarta-feira (26).

A denúncia relacionada à 'mulher da SES' estaria dentro do âmbito das investigações da Operação Espelho, deflagrada em março deste ano, e cumpriu o sequestro e bloqueio de aproximadamente R$ 35 milhões, referentes a um esquema de fraudes e desvio de valores promovido por um cartel de empresas envolvido na prestação de serviços médicos em hospitais do estado.

Gilberto defendeu que “não é uma conversa de WhatsApp que torna a secretaria maculada”. Esse canal de troca de informação é que teria sido utilizado e descoberto nas investigações sobre o suposto cartel de direcionamento de licitações na Estado. O ex-secretário garantiu que o governo não irá poupar os eventuais responsáveis. 

“O que eu sei é que essa é uma investigação que apura um possível cartel existente em Mato Grosso atuando na área da Saúde, não apenas prestando serviços para a secretaria estadual, mas para prefeituras, secretarias de Cuiabá, consórcios, enfim. É uma investigação que corre em segredo de Justiça e isso começa lá em 2021 e até hoje não finalizou”, comentou. 

O parlamentar afirma torcer para que, o quanto antes, se chegue ao final das investigações para que o Estado saiba se precisa adotar alguma medida. 

Gilberto conta que o único comunicado oficial que a SES recebeu do governo do Estado foi para se abster de fazer novas contratações com as empresas investigadas. “Então nós estamos nos comportando tal como o Tribunal de Justiça está decidindo”.

Ele destaca que o governo do estado sempre se pautou em comunicar o maior número de empresas possível para participar das licitações, buscando visando o melhor custo-benefício. “Em inúmeros momentos, principalmente na pandemia, nós deixamos de contratar porque os preços estavam inflacionados. Nessa época criamos um comitê que estava o governador e 10 secretários de estado que aprovavam ou não as contratações, e muitas das contratações nós resolvemos não fazer porque o preço estava inflacionado”.

O parlamentar não acredita que essa investigação possa encurtar seu período na Casa de Leis e diz que isso está atrelado com os titulares dos cargos, tendo em vista que Gilberto é suplente. 

Apesar dos rumores de uma CPI, até o momento, apenas o deputado Valdir Barranco (PT) fala claramente nesta proposição. Já Lúdio Cabral (PT), que é um dos principais opositores do governo, principalmente, quando assunto é a saúde, se mantém cauteloso, e disse que está avaliando a situação e poderá, por meio da Comissão de Saúde, apresentar requerimentos solicitandos informações, mas prefere aguardar e diz que a criação de uma CPI seria somente em último caso. 
 
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