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27/04/2023 às 11:58 | Atualizada: 27/04/2023 às 12:01

Professora denuncia Prefeitura de Cuiabá por descontar consignados e não repassar a bancos

Kamila Arruda

Mais uma denúncia envolvendo o Executivo Municipal pautou a sessão ordinária desta quinta-feira (27) na Câmara de Cuiabá. Desta vez, servidores do município acusam a prefeitura de descontar valores referente a empréstimos consignados do salário, mas não efetuar o repasse ao banco credor.

Como consequência, diversos funcionários estariam ficando com os nomes negativados. O relato foi feito pela professora Rosália Ferreira, servidora aposentada do município.
 
A convite do vereador Dilemário Alencar (Podemos), ela usou a tribuna da Casa de Leis para expor a situação. Segundo a professora, há quatro meses o Executivo municipal vem descontando do salário do servidor as parcelas de empréstimo consignado e não está repassando para os bancos, como a Caixa Econômica Federal.
 
“Os bancos estão nos cobrando, nos colocaram no SPC Serasa, e nossa situação agravou muito após o dia 19. Eu não sei se os senhores sabem, mas antes não poderiam bloquear salário de funcionário, e hoje pode. Eu estou aqui desesperada”, revelou, com lágrimas nos olhos.
 
Rosália afirmou que corre o risco de perder a sua casa por falta de pagamento, pois o salário está bloqueado. “Sou professora, tive um AVC em 2010, sou epilética, e não tenho dinheiro para comprar meu remédio. Tenho risco de perder meu apartamento hoje por que meu salário está bloqueado. [...] Estão fazendo uma rifa de R$ 10 para eu conseguir R$ 2 mil para pelo menos salvar meu apartamento”, relatou.
 
Neste sentido, ela faz um apelo aos parlamentares para que, ao menos, o desconto no salário seja suspenso, até que o município regularize essa questão junto às instituições financeiras.
 
“Eu não estou aqui em nome só dos meus colegas, mas peço um favor: me ajudem! Eu não posso ficar sem meu apartamento e meus remédios. E vocês são as únicas pessoas que podem nos ajudar”, suplicou.
 
Essa é a segunda vez que a professora utiliza a tribuna da Casa de Leis para relatar a situação.

A primeira vez foi em março deste ano. Na oportunidade, Dilemário apresentou um requerimento solicitando a convocação da secretária de Gestão, Ellaine Cristina Ferreira Mendes, para esclarecer o fato.
 
O documento, contudo, não foi votado em plenário até hoje. “Não é possível a gente não convocar ela depois do depoimento dramático dessa professora”, colocou o parlamentar.
 
Dilemário, inclusive, reportou o caso, junto com outras denúncias, ao Ministério Público, em fevereiro deste ano.

O vereador Demilson Nogueira (PP) também reforçou a necessidade de convocar a integrante do primeiro escalão municipal e criticou a postura dos vereadores da base governista.
 
“Essa Casa não se envermelha diante de casos como esse, mas essa Casa se esconde depois que vota as contas do Emanuel pinheiro, com rombo enorme, com a conta da intervenção, com os buracos. Mas essa Casa não tem coragem e convocar o secretario”, criticou.
 
O vereador Eduardo Magalhães (Republicanos) classificou a situação como “vergonha”. “Isso é vergonha ou a falta dela”, finalizou.
 
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