21/05/2023 às 10:05 | Atualizada: 21/05/2023 às 10:17
Mais Brasil: Nasce grande ou nasce morto? Entenda os dilemas desse 'quase' novo partido
Kamila Arruda
Muito tem se falado da possibilidade da criação do Mais Brasil com a eventual fusão entre o PTB e o Patriota. A questão é que apesar de ela até ter chances de nascer inchada, a sigla poderá não dar tantas garantias assim para os novos filiados.
A nova legenda, que ainda aguarda o aval do Tribunal Superior Eleitoral, ainda nem foi criada e tem dado o que falar em Mato Grosso, especialmente por conta das chances de acomodar grande lideranças políticas do Estado.
A agremiação pode nascer grande, como também pode nascer morta.
Grande devido à possibilidade de receber políticos de peso, como os parlamentares do União Brasil, além de alguns vereadores da capital.
A bancada de deputados estaduais da legenda pode escolher o Mais Brasil para se acomodar, pensando no pleito do próximo ano. Isso, porque Dilmar Dal’Bosco, Sebastião Rezende e Júlio Campos defendem a candidatura do também deputado estadual Eduardo Botelho a prefeito de Cuiabá.
O grupo liderado pelo governador Mauro Mendes (União), contudo, não esconde a preferência pelo deputado federal Fabio Garcia quando o assunto e eleição majoritária da Capital.
Isso pode fazer com que o grupo pró-Botelho debande do União Brasil e busque abrigo no Mais Brasil. Prova disso é que Dilmar já chegou a fazer uma conversa inicial com a direção nacional do Patriotas.
Por outro lado, tem que se levar em consideração os pontos negativos. Mesmo com a fusão, o partido terá pouco tempo de TV e ainda uma porcentagem muito baixa do fundo eleitoral. Ocorre que tanto o PTB quanto o Patriota possuem baixa representatividade no Congresso Nacional, o que acaba inviabilizando uma candidatura majoritária, que precisa, essencialmente, das duas coisas.
O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) possui cinco deputados federais, e o Patriota apenas três. Ambos não têm representantes no Senado Federal.
Vale lembrar que, na divisão dos recursos, 2% são destinados igualitariamente entre todos os partidos com estatutos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Outros 35% são divididos entre os partidos que tenham pelo menos um representante na Câmara dos Deputados, na proporção do percentual de votos por eles obtidos na última eleição geral para essa Casa.
O cálculo para distribuição de tempo no horário eleitoral gratuito também não é diferente. Conforme a legislação eleitoral, 90% do tempo total de propaganda são distribuídos proporcionalmente pelo número de deputados. O restante (10%) é dividido igualitariamente.
Representação em Mato Grosso
Na Assembleia Legislativa, o Patriota não possui nenhum representante. Já o PTB conquistou uma cadeira no pleito do ano passado, com o paisagista Claudio Ferreira. Caso a debandada do União não se concretize com a eventual homologação da fusão, o Mais Brasil continuará apenas com um representante no Parlamento Estadual.
Na Câmara de Cuiabá, por sua vez, a bancada passará a ter dois vereadores: Kássio Coelho (Patriota) e Adevair Cabral (PTB). Ambos pretendem disputar a reeleição no pleito do próximo ano.
Para fortalecer a chapa, Kássio, que responde atualmente pelo Patriota em Mato Grosso, articula a filiação de, ao menos, cinco vereadores com mandato para o partido, após a homologação da fusão por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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