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26/05/2023 às 13:05

Cadore vê retrocesso e sugere interesses comerciais do governo ao 'travar' Ferrogrão

Da Redação - Luíza Vieira / Da Reportagem Local - Jardel P. Arruda

O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Fernando Cadore, considerou a paralisação das obras da Ferrogrão, como retrocesso. Cadore defende que a construção da ferrovia é uma solução sustentável e que a ação contrária pode revelar interesses comerciais do governo.

A declaração se deve ao fato de o Ministério dos Povos Indígenas ter solicitado à Advocacia Geral da União (AGU) para alterar o parecer na ação que tramita no STF. O governo quer que os povos indígenas que serão afetados pela ferrovia sejam ouvidos, conforme prevê a legislação. 

“Não é admissível, que se trave uma obra, que muito pelo contrário, na parte ambiental vai trazer benefícios. Quando você pensa em uma composição ferroviária, você imagina inúmeros veículos que saem ali queimando diesel diariamente, não estou dizendo que não precise dos caminhões, precisa sim. Mas para operar a ponta a gente consegue baratear os insumos, a gente consegue baratear os produtos agropecuários e automaticamente a ponta ganha. Barateando, a população pode comprar mais barato”, defende.

Acontece que a obra da Ferrogrão irá alterar parte da reserva indígena Jamanxim no estado do Pará para interligar os municípios de Sinop (MT) e Miritituba (PA). A ação era permitida pela medida provisória nº 13.452/2017. Todavia, o Psol apresentou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) ao Supremo Tribunal Federal, ainda em 2021, argumentando que a alteração da reserva feria direitos constitucionais, ação aprovada por Moraes, invalidando a obra na região.   

Na semana passada, a  ministra dos povos indígenas Sonia Guajajara acionou a Advocacia Geral da União (AGU) para que o texto da medida provisória fosse reavaliado. Sobretudo, pede que os povos indígenas da região sejam ouvidos, já que se aproxima do prazo em que o STF deve tomar uma decisão quanto ao avanço ou não da obra no próximo dia 31 de maio (quarta-feira).

O presidente da Aprosoja chegou a afirmar que a tentativa de frear a construção pode estar atrelada a interesses escusos do governo com outros países produtores.

“Mato Grosso é um estado exportador, é um absurdo a gente ter que estar conversando de um tema deste. Alegações totalmente enviesadas economicamente, não tem nada estrutural, não tem nada de ambiental e sim tratativas muito provavelmente comerciais travestidas de ambientais que acabam colocando em risco o brasileiro”, argumenta.

Ao que cabe a Aprosoja e demais produtores que anseiam pela chegada dos trilhos que prometem baratear o escoamento de grãos, ele argumenta que irá se articular com as bancadas federais e estaduais para que a situação seja solucionada “Primeiro lugar é conversar com nossos parlamentares, nossas bancadas federais e estaduais, governo dos estados atingidos”, finaliza.

 
 
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