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16/06/2023 às 13:00

Conselheiro afirma que governo quer pagar auxílio de 'miséria' aos pescadores e critica PL da Pesca

Da Redação - Kamila Arruda / Da Reportagem Local - Jardel P. Arruda

O conselheiro do Tribunal de Contado do Estado, Sérgio Ricardo, não poupou críticas ao projeto “transporte zero”, de autoria do governo de Mato Grosso. Apesar de admitir que é necessário se preocupar com o repovoamento dos rios do Estado, o integrante do órgão fiscalizador acredita que o poder Executivo não está se preocupando com os pescadores profissionais.

“Acontece que só se oferece para o pescador um salário de miséria. É claro que ele vai ser contra, ele vai tentar buscar uma outra alternativa que ele pode sobreviver”, disse.

Vale lembrar que Sérgio Ricardo ganhou popularidade com projetos para salvar o Rio Cuiabá, soltando peixes no rio, com a intenção de estimular o repovoamento. Isto na época em que ainda era apresentador e também deputado. 

Originalmente, o projeto enviado pelo governador Mauro Mendes (União) prevê o pagamento de um auxílio aos pescadores profissionais por três anos, contados a partir de 2024, sendo que no primeiro ano o valor seria o equivalente a um salário mínimo, no ano seguinte 50% do salário mínimo, e 25% do salário mínimo no terceiro ano.

Sergio Ricardo classifica essa proposta como “miséria” e defende a criação de um fundo, o qual venha a oferecer uma renda razoável aos profissionais.

“Nós temos duas partes prejudicadas: uma é o próprio rio, o meio ambiente e a outra é quem vive do peixe. A preocupação é em cima, principalmente de quem vai parar de pescar. Então, tem o fundo da Amazônia, um monte de fundo aí, que se crie o fundo do pescador”, colocou.

O conselheiro acredita que essa proposta deva ser construída junto aos pescadores. “Agora, ofereça um fundo para que ele possa ter dinheiro para sustentar a família, viver bem como ele vive como pescador. Pode ter certeza que eles vão dizer que prefere esse salário para deixar os rios se repovoarem, com todas as espécies de peixes”, completou.

Para ele, se não houver um consenso com a categoria, os rios continuarão saindo prejudicados. “Quando eu cheguei aqui podia pescar o dourado. Hoje, já não pode mais pescar o dourado. Isso tem que preocupar a todos, pois daqui a pouco não pode mais o pintado, não pode mais a peraputanga, nem o pacu, e daqui a pouco só vai poder pescar lambari no Rio Cuiabá”, reforçou.

Diante disso, ele afirma que, tanto o governo do Estado, quanto a Assembleia Legislativa devem deixar as questões políticas de lado. “São fios que precisam ser amarrados. Não se pode entrar nas questões politiqueiras, onde os interesses que estão sendo colocados na mesa não sejam o de solucionar de quem precisa do peixe, que é o pescador. Precisamos preservar os rios, preservar a piscosidade dos peixes e cuidar daqueles que vivem disso”, finalizou.
 
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