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21/06/2023 às 12:30 | Atualizada: 21/06/2023 às 12:37

Grupo de percussão denuncia dono de bar por usar barra de ferro para ameaçar integrantes

Eloany Nascimento

Integrantes do grupo de Maracatu do Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso (Imune-MT), mais conhecido como Casa das Pretas, denunciaram o dono de um bar localizado em frente à Praça da Mandioca por supostos atos de intolerância e homofobia. O caso teria ocorrido na noite dessa terça-feira (20). Segundo a denúncia, o homem teria ido para cima dos alunos de percussão empunhando uma barra de ferro. 

Além de ser considerada um dos pontos turísticos da cidade para turistas e moradores, a Praça da Mandioca também é utilizada para ensaios e atividades do instituto, realizada toda segunda e terça-feira.

Como de costume, nessa terça, os alunos se reuniram para o ensaio quando, por volta das 19h45, teve início uma confusão entre o proprietário do bar local e os integrantes do grupo de Maracatu.

De acordo com a presidente do Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso (Imune), Antonieta Costa, o homem chegou no local agressivo e, segurando uma barra de ferro nas mãos, se direcionou aos integrantes que estavam ensaiando percussão na praça.

Diante da situação, a Polícia Militar foi acionada.

Segundo a Casa das Pretas, o proprietário do estabelecimento negou aos policiais o uso da barra de ferro e disse que não ia agredir as pessoas, mas “furar os tambores”.

Conforme Antonieta, foi ela quem socorreu o grupo para que a agressão não chegasse às vias de fato. Ela também relata que essa não foi a primeira vez que o proprietário ameaça o grupo integrado também por pessoas da comunidade LGBTQIAP+.

“Ele não gosta de nada da comunidade e sempre teve resistência a jovens que são diferentes do que ele acredita que é certo e marginaliza a atividade popular. É comum esse senhor agredir com palavras de baixo calão, expressões homofóbicas, transfóbicas, racistas contra esse grupo e nossa Casa (Casa das Pretas)”, contou ao Leiagora.

Em posicionamento emitido nesta quarta (21), o instituto disse que uma suposta explicação para ter causado o surto do proprietário é porque nessa terça foi realizada a primeira reunião dos moradores para organizar a tradicional festa junina da Praça da Mandioca, e que o encontro foi anunciado em um grupo no aplicativo de mensagens aos moradores, mas que a turma de percussão não faz parte e por isso não estava ciente. 

“Eles chegaram e foram arrumando os tambores e demais instrumentos quando o proprietário protagonizou as cenas de intolerância e homofobia”, diz trecho da nota.

A reportagem tentou entrar em contato com o proprietário do bar, mas os telefones disponibilizados estavam fora de área. O espaço segue aberto para sua versão dos fatos.  
 
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