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04/07/2023 às 11:08 | Atualizada: 04/07/2023 às 11:08

'Picanha vai subir 10% e não é nossa culpa', alerta Gallo sobre impacto da reforma tributária

Da Redação - Renan Marcel/ Reportagem local - Jardel P. Arruda

Projeções da Secretaria de Fazenda de Mato Grosso trazem um cenário desanimador para os mato-grossenses caso a reforma tributária, em tramitação na Câmara dos Deputados, seja aprovada com o texto atual da proposta. O titular da Sefaz, Rogério Gallo, afirma que o preço dos produtos da cesta básica regional deve subir para os consumidores, impactando na qualidade de vida das pessoas de baixa renda e também da classe média. 

Pão francês, leite, açúcar, café, arroz, feijão, óleo de soja e carne podem aumentar, em média, em 10% - veja os gráficos abaixo. "Vai aumentar o preço da picanha em 10% e não por nossa culpa", avalia o secretário. Os impactos da reforma ainda podem atingir o comércio, a indústria local e o agronegócio.

"Nós estamos trabalhando com os números locais, com os benefícios fiscais que damos à indústria local de produtos alimentícios. Ficou claro que vai ter um aumento médio de quase 10%, então vai aumentar o custo de vida do mato-grossense em relação a bens essenciais. Vai recair um ônus pesado em itens tão essenciais como o da cesta básica", completa. O gestor explica que essa previsão ocorre por conta da extinção do ICMS, imposto que permite a concessão de benefícios fiscais em Mato Grosso. Outro ponto da reforma veda a concessão de incentivos. 

Gallo ressalta ainda que, com a renda mais comprometida, os consumidores devem ser forçados a abandonar gastos considerados supérfluos, promovendo assim um efeito dominó na economia. "Você tem uma renda e primeiro consome bens essenciais: saúde, alimentação e educação. Se você vai gastar mais com isso, deve deixar de gastar com outros bens e serviços. Vai deixar de ter consumo, por exemplo, de materiais para construção e isso pode acarretar problemas no nosso comércio local, com menores vendas, menor geração de emprego e até desemprego", avisa.

Nesta segunda (3), o secretário apresentou as projeções do governo para representantes de entidades ligadas a diversos setores produtivos, no intuito de alertar os empresários e produtores e mobilizá-los para pressionar o Congresso. Gallo deve ir a Brasília engrossar o coro contra a aprovação da reforma tributária da forma como está o texto. Quem também se movimenta nesse sentido é o governador Mauro Mendes (União Brasil), que já está na capital federal.  A previsão é de que o texto seja colocado em votação até sexta-feira (7), por determinação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
 
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