Negociação de acordo do Mercosul com União Europeia pode rever restrição à produção em áreas abertas após 2020
Da Redação - Jardel P. Arruda / Da Reportagem Local - Emilly Cassim
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), acredita que as negociações do novo acordo do Mercosul com a União Europeia (UE) precisam contar com a suspensão da barreira comercial erguida pela Europa contra a aquisição de produtos oriundos de áreas abertas a partir de 2020, mesmo se o desmatamento ocorreu dentro da legalidade.
“Não venha o congresso francês dizer o que o Brasil vai fazer eu deixar de fazer. Não se trata assim um país amigo. E nós não vamos admitir isso. O acordo da União Europeia com o Mercosul está em via de ser assinado e esse termo tem que ser revisto pelo bem da diplomacia brasileira com os franceses", disse o ministro, ao Leiagora.
Entrou em vigor no dia 29 de junho, com um prazo de 18 meses de transição, a regra da União Europeia que barra a importação de produtos oriundos de terras abertas após 2020. Para o ministro Fávaro, essa imposição da UE fere a soberania brasileira, bem como a política de boa vizinhança entre países considerados amigos.
“Eles não têm que legislar sobre a nossa legislação. O presidente Lula foi muito feliz, eu fiquei muito orgulhoso, quando ele disse da soberania brasileira: quem poluiu o mundo vai ter que pagar para despoluir. Não venham botar a culpa na África, na América do Sul, nos brasileiros pela poluição do mundo”, afirmou.
Além disso, Fávaro argumenta que a produção brasileira tem alto grau de sustentabilidade e segue um dos códigos florestais mais rígidos. De acordo com ele, a própria ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, conhecida pelo ativismo ambiental, tem destacado o alto número de produtores com atividades sustentáveis.
“A ministra Marina Silva, por exemplo no lançamento do plano safra, validou que menos de 2% dos nossos produtores não têm práticas sustentáveis. Portanto, mais de 98% cumprem o código florestal e cumprem as leis brasileiras para produzir com sustentabilidade”, disse.
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