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02/08/2023 às 12:35 | Atualizada: 02/08/2023 às 12:41

Comerciante morreu por desrespeitar ordem de facção sobre venda de cigarros

Eloany Nascimento

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu, durantes as investigações, que a ordem de matar o comerciante Josionaldo Ferreira de Araújo, 46 anos, partiu da alta cúpula de uma facção criminosa, após a vítima não obedecer às diretrizes e vender cigarros contrabandeados que não foram adquiridos pela organização. A vítima foi assassinada em dezembro de 2022, no Shopping Popular de Cuiabá.

De acordo com o delegado da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Bruno Abreu Magalhães, os integrantes da facção ficaram sabendo que a vítima estava vendendo cigarros contrabandeados do Paraguai por conta própria e a alertaram para que não continuasse a venda.  

“Ele foi avisado pessoalmente, por mensagens de telefone, mas decidiu continuar com a prática ilegal o que culminou a sua morte”, pontuou nesta quarta-feira (2), durante entrevista coletiva à imprensa.

Segundo a Polícia Civil, antes de ser executado, um dos envolvidos no crime passou na banca do comerciante e até mesmo tirou uma foto dele e encaminhou para os comparsas. Momentos depois, a vítima foi abordada pela dupla de criminosos e morta a tiros. Um dos executores do homicídio, Wenderson Santos Souza, 24 anos, entrou em confronto com policiais militares e morreu nas imediações do centro comercial. O outro criminoso, 22 anos, foi preso em flagrante, e teve prisão convertida em preventiva.

Além dos executores, outros três suspeitos foram presos durante a Operação Unity, deflagrada na terça (1), sendo que dois deles foram identificados como, Lucas Leonardo Padilha e Gabriel Motta. 

O mandante do crime ainda não foi identificado, mas as investigações apontaram que a morte de 'Naldo do Tereré', como era conhecido, partiu da alta cúpula de uma facção criminosa que atua dentro do presídio.

"Vamos chegar em todos. Acreditamos que todos serão devidamente punidos de forma técnica… Então chegaremos também até a alta cúpula e pode ter certeza que todos serão punidos”, afirmou o delegado titular da DHPP, Marcel Gomes Oliveira.

Execução

A DHPP apurou, por meio de imagens coletadas e relatórios investigativos, que a dupla chegou ao centro de comércio popular e claramente demonstrava não saber quem era a vítima.

Análises das imagens mostraram que os indiciados estavam a todo momento falando com uma terceira pessoa, em busca de informações sobre a vítima. Em determinado momento, Wenderson se aproxima do parceiro e aponta para a vítima, gesticula e sinaliza ao comparsa quem era o alvo. Em questão de segundos, a dupla coloca o plano de execução em prática. Josionaldo é abordado pelos criminosos, que começam a dialogar entre si, para dissimular, como se fossem clientes do shopping, sendo atendidos pela vítima, comerciante bastante querido no local.

A investigação da DHPP, baseada em análise de imagens do circuito de segurança, depoimentos e outros materiais probatórios, apurou que a dupla armada chegou ao centro comercial com a clara intenção de executar a vítima.

Em depoimento, o criminoso preso alegou que foi com seu ‘amigo’ ao local apenas para cobrar uma dívida e não sabia que seu parceiro na empreitada criminosa mataria o comerciante.
 
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