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06/08/2023 às 16:07 | Atualizada: 06/08/2023 às 16:12

Comandante da PM diz que é preciso interpretar imagens da morte de homem em abordagem policial

Eloany Nascimento

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Mendes, afirma que todos os profissionais envolvidos na abordagem que resultou na morte de Thiago Graciote Moraes de 29 anos, estão sob acompanhamento e à disposição da investigação. Através de nota à imprensa, o militar ainda garantiu oque está acompanhando o caso e que é preciso interpretar as mãos que vão a cintura durante a abordagem rapidamente.

O fato ocorreu nesse sábado (5), por volta das 1h no município de Cotriguaçu (a 954 km de Cuiabá), quando a PM foi acionada para atender uma ocorrência de som alto na avenida Henrique Xavier. Thiago estava junto com um grupo de pessoas. Ele e mais um amigo resistiram à abordagem dizendo que ninguém iria por as mãos nele. 

Durante a confusão, um soldado da PM desfere chutes no amigo de Thiago, momento em que ele entra na frente e grita ‘atira, atira’, depois é alvejado com dois disparos, não resiste e morre no local.

Em nota, o chefe da PM reforçou que Thiago teria reagido, assim como no boletim de ocorrência. No relato é detalhado que o jovem avançou no PM e direcionou as mãos na cintura. 

“É preciso ver o que o celular não pôde ver. É preciso interpretar as mãos que vão a cintura durante a abordagem rapidamente. Ver, portanto, com argúcia o cenário, as pessoas e o complexo de causas que levaram ao disparo. Simplificar julgando e sentenciando é a tentação para todos agora; não é isso que buscamos, de forma precipitada, em respeito à justiça”, argumentou o militar.


 
Investigação

A Corregedoria-Geral da Polícia Militar abriu um inquérito para apuração dos fatos e solicitou também o acompanhamento do Ministério Público do Estado nas averiguações. O soldado responsável pelos disparos foi afastado.

Confira abaixo a nota na íntegra:

É impactante a cena de pouco mais de um minuto que vemos em Cotriguaçu. O triste resultado obtido na abordagem está longe do pretendido por quem deve salvaguardar a vida. Assim, nos unir ao luto dos familiares e amigos é o que nos cabe por princípio, além da apuração rigorosa já iniciada, se necessário cortando a própria carne ao fim. 

Temos a informar que todos os profissionais envolvidos estão sob acompanhamento e à disposição da investigação, que começa sim pelo vídeo, mas que não ficará apenas nele. 

É preciso ver o que o celular não pôde ver. É preciso interpretar mãos que vão a cintura durante a abordagem rapidamente. Ver, portanto, com argúcia o cenário, as pessoas e o complexo de causas que levaram ao disparo. Simplificar julgando e sentenciando é a tentação para todos agora; não é isso que buscamos, de forma precipitada, em respeito à justiça.

Cotriguaçu, cidade ordeira e de uma população amiga da PM, receberá todo suporte operacional e os esclarecimentos necessários para a devida cicatrização desse episódio. É nosso ânimo responder à toda sociedade o mais breve possível a quem cabe, sem corporativismo, a exata medida de responsabilidade.
 
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