19/08/2023 às 12:30 | Atualizada: 20/08/2023 às 08:53
Entenda o que é o mal súbito, que levou à morte de ao menos cinco pessoas nas últimas semanas em MT
Eloany Nascimento
Ao menos cinco casos de mal súbito foram registrados nas últimas semanas em Cuiabá e região. Entre eles, quatro foram durante a prática de atividade física, envolvendo pessoas de sexo e faixas etárias diferentes, que causaram grande comoção e repercussão em todo o estado.
O mais recente foi o do subtenente do exército Vagner dos Santos Martins, 46 anos, que passou mal durante uma caminhada em frente ao córrego 8 de Abril, na Capital. Na ocasião, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) tentou reanimá-lo, mas ele não respondeu e foi constatado o óbito.
Diante de acontecimentos como os citados, o Leiagora entrevistou o médico cardiologista Leandro Coumbis, que explicou que o mal súbito é uma manifestação do corpo para indicar que algo não vai bem, a pessoa perde a consciência e se não for socorrida a tempo pode causar a morte.
“Geralmente ele não é esperado, acontece subitamente e causa a perda da consciência, e que com a maior gravidade pode levar a pessoa à morte. Como exemplo, a gente tem casos de arritmia cardíaca, de convulsão, alteração metabólica grave e até mesmo alterações no quadro neurológico, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC)”, explicou.
Entre os casos noticiados nos últimos dias, em quatro deles as vítimas passaram mal enquanto realizavam atividades como caminhada ou pular corda. Diante disso, um dos questionamentos que ficou mais forte em relação à morte súbita é se ela também acomete pessoas com hábitos saudáveis, que praticam exercício físico.
Segundo o doutor, é necessário que as pessoas não deixem de praticar atividades, mas que tomem alguns cuidados com a saúde, principalmente nos períodos de estiagem e a baixa umidade relativa do ar. “O ideal é que antes de iniciar uma atividade física, a pessoa passe por um atendimento médico, faça um check-up, como forma de prevenção, e se caso tiver alguma predisposição, ou doença que possa levar à morte súbita a pessoa consiga se diagnosticar previamente”, alertou.
O especialista apontou uma medida para diminuir o número de mortes súbitas no estado. A “solução” seria a adaptação em locais de grande concentração com um equipamento denominado Desfibrilador Automático Externo (DAE). “Seria muito bom disponibilizar esse equipamento em vários eventos, em locais onde se pratica a atividade física, em lugares públicos que tem um grande número de pessoas, onde qualquer leigo possa usar na pessoa que estiver passando mal. Uma política pública que poderia tornar isso viável dentro do nosso estado e salvaria inúmeras vidas”, sugeriu.
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