31/08/2023 às 14:00 | Atualizada: 31/08/2023 às 15:53
Cattani nega apagar vídeo e Maysa recorre à procuradoria da AL: 'samba na cara da sociedade'
Da Redação - Renan Marcel/ Reportagem local - Paulo Henrique Fanaia
A vereadora por Cuiabá Maysa Leão (Republicanos) voltou a repercutir o vídeo publicado pelo deputado estadual Gilberto Cattani (PL), em que ambos discutem sobre a castração química e física de estupradores. Na sessão plenária desta quinta-feira (31), ela chorou na tribuna e à imprensa afirmou que vai ingressar com uma representação junto à Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa. Os vereadores devem emitir uma nota de repúdio contra o deputado.
Segundo ela, a medida foi debatida com a deputada estadual Janaina Riva (MDB), vice-presidente da Casa e presidente da Comissão Ética em que Cattani é alvo de processo disciplinar por ter desrespeitados as mulheres.
A polêmica do vídeo tem rendido ameaças contra a parlamentar, que já solicitou a retirada do vídeo das páginas do bolsonarista e obteve como resposta um sonoro "não", com sugestão para que ela requeira isso na Justiça. Para Maysa, ao não apagar a postagem, Cattani incita o ódio contra ela.
"Isso é crime de incitação de ódio, crime de difamação. Pedi ao deputado em privado, mandei ofício e fui respondida que ele não vai apagar e é para eu entrar na Justiça. Quanta impunidade! Que sentimento de superioridade esse senhor tem! Por que expor essa vereadora que nunca teve nenhuma intercorrência com ele. Isso é muito grave vindo de um parlamentar que está sendo julgado na Comissão de Ética e está sambando na cara da população", criticou.
Há cerca de duas semanas, Cattani postou trecho de uma entrevista ao ''Cast do Bom'' em que ele diz que discorda do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em um único ponto: a castração química de estupradores. O parlamentar defende a castração física dos acusados, momento em que a vereadora se opõe, dizendo que seria uma barbárie e a volta aos tempos medievais. Antes disso, ela havia dito que a castração química era um opção a ser estudada.
"O presidente Jair Bolsonaro fez um projeto de lei que pede a castração química do estuprador. Você acha bacana?", pergunta Cattani à vereadora antes de dar a declaração que agrada seus eleitores. "É o único lugar que eu discordo de Jair Bolsonaro. Eu discordo dele, sabe por quê? Porque por mim não seria química, seria de forma tradicional", completou.
"Deus me livre! Aí é barbárie, deputado. A gente volta para os tempos medievais, olho por olho e dente por dente", interpelou a republicana. O posicionamento de Maysa então virou alvo dos seguidores do bolsonarista: "se essa mulher tivesse sido estuprada, jamais ela teria essa postura"; "não sei quem é essa coitada, mas ela deve gostar de ser forçada", dizem alguns dos comentários.
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