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27/09/2023 às 18:10

Perri quer que Corregedoria da PJC apure se houve 'tortura' contra médica que matou verdureiro atropelado

Alline Marques

O desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) determinou que seja encaminhada a cópia do voto dele no processo que apura a morte do verdureiro Francisco Lúcio Maia, atropelado pela médica Letícia Bertolini em 2018, e também das declarações da ré na ação, para a Corregedoria da Polícia Judiciária Civil. O objetivo é apurar a situação relatada pela acusada “que teoricamente pode caracterizar técnica inadmissível com viés de tortura”.

O magistrado foi relator do recurso impetrado pelo Ministério Público do Estado, que recorria da decisão que desqualificou o homicídio doloso para culposo - e com isso Letícia não passará por um júri popular e será sentenciada por um juiz. Além disso, Perri também considerou a prescrição dos crimes de omissão de socorro e fuga do local, que previam penas de seis meses a um ano de detenção. Sendo assim, a médica responderá apenas por homicídio culposo, que prevê a pena de detenção de 2 a 4 anos e suspensão ou proibição de se obter a habilitação para dirigir. 

Ocorre que a médica teria relatado que foi deixada em uma sala sem local para sentar, o que teria feito com ela ficasse escorada, dentre outras situações, tais como também não obter resposta para o questionamento feito por ela sobre a possibilidade de acusar álcool no sangue por ter bebido vinho na noite anterior. Isto teria motivado ela recusar a realizar os exames de alcoolemia e o bafômetro. 

Perri considerou o tratamento dado à médica como preocupante e pediu que a PJC apure os fatos, se houve excessos na abordagem e na condução do depoimento da acusada na delegacia, horas depois do acidente.
 
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