Imprimir

Imprimir Notícia

04/10/2023 às 18:30 | Atualizada: 04/10/2023 às 19:10

Vídeos | Em audiência, juiz pede respeito a assassino e dá voz de prisão para mãe da vítima

Luíza Vieira

Sylvia Miriam Tolentino de Oliveira recebeu voz de prisão do juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal, em meio ao julgamento do assassinato do filho dela, realizado na última sexta-feira (29), em Cuiabá.

Em meio à audiência, Sylvia estava começando a prestar seu depoimento sobre a morte do filho, Cleowerton Oliveira Barbosa, que ocorreu em 10 de setembro de 2016, vítima de pelo menos 10 tiros, quando afirmou que não se importava de ceder as informações na frente do suspeito do assassinato, Jean Richard Garcia Lemes. Neste momento, ela disse que pra ela, “ele não é ninguém”.

Imediatamente o magistrado saiu em defesa do réu e pediu por respeito e mais inteligência por parte da depoente, enquanto ela rebateu afirmando ser inteligente e entender o que se passava na ocasião. A promotora Marcelle Rodrigues até tentou intervir afirmando que Sylvia era uma mãe enlutada, pedindo que o magistrado entendesse a situação.

Mais uma vez o juiz pediu inteligência emocional por parte da depoente e afirmou que se a mãe não tivesse serenidade precisaria suspender a audiência e assim foi feito. 

Quando Sylvia se levantou da cadeira em que estava depondo, após o juiz suspender o julgamento, ela bateu na mesa e disse algo ao réu, momento em que o magistrado determinou sua prisão.

Para a promotora que produziu o habeas corpus para que Sylvia não fosse para a cadeia, a ação do magistrado configurou abuso de autoridade, conforme aponta o trecho do documento:

“O magistrado, em evidente abuso de autoridade, demonstrou que está despreparado para acolher as vítimas e familiares das vítimas das graves violações de direitos humanos, caminhando em direção contrária à própria política institucional do Poder Judiciário”, declarou.

O Leiagora questionou a assessoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) quanto à possibilidade de abertura de investigação contra a atitude do juiz e obteve a seguinte resposta: 

“Caso haja alguma representação contra qualquer magistrado a avaliação da conduta é feita pela Corregedoria. Até o momento, sobre esse caso, a CGJ-TJMT não recebeu reclamação. As demais informações constam no processo”.
 
 Imprimir