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04/12/2023 às 08:01

Pantanal pode ‘diminuir’ com aumento de eventos climáticos intensos

Jardel P. Arruda

Os eventos climáticos extremos, como secas prolongadas, aumento das tempestades e ondas de calor são uma realidade que se tornarão cada vez mais frequentes no cotidiano global e Mato Grosso não fica de fora disso. Como consequência, o aumento do período de seca deve impactar o Pantanal, que deve diminuir em área alagada.

A avaliação é da pesquisadora Ana Paula Paes, meteorologista e doutora em eletricidade atmosférica pelo INPE, especialista em eventos climáticos extremos, que palestrou na terça-feira (28) no I Painel Mato Grosso sobre o Clima, em Cuiabá.

“Com a redução do volume de chuva em alguns períodos e aumento da temperatura é possível ter alterações nos biomas. [...] No Pantanal, que a gente tem esse problema de seca, é muito provável que isso se mantenha no clima do futuro. E a gente precisa se adaptar, esse é o novo normal climático”, disse a pesquisadora.

Em 2020, o Pantanal passou por uma seca ampliada que culminou em incêndios florestais com a queimada de mais de 2 milhões de hectares. Este ano, 2023, o bioma passou por outra queimada, desta vez em novembro, quando normalmente já começou o período de chuvas, e teve mais de 1 milhão de hectares destruídos pelas chamas.

Com o aumento do período de secas e uma eventual diminuição de chuvas na bacia do Alto Paraguai, a área alagada do Pantanal tende a reduzir e com isso também podem aumentar as chances de queimadas.

“A tendência já comprovada cientificamente por pesquisadores nacionais e internacionais é que a gente tem um agravamento onde tem seca, a seca vai ser mais intensa. Onde tem chuva, a chuva será mais intensa”, resume Ana Paula.
 
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