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28/11/2023 às 19:27 | Atualizada: 28/11/2023 às 19:31

Mãe foi a primeira vítima, em seguida pedreiro assassinou as outras duas filhas e por último sufocou a caçula

Karine Arruda

O assassinato de uma mãe e suas três filhas, ocorrido no fim de semana em Sorriso (a 396 km de Cuiabá) segue sendo investigado pela Polícia Civil e Politec. Na manhã desta terça-feira (28), o perito criminal Gledson Emiliano deu detalhes sobre a dinâmica do crime. As investigações apontam que três vítimas, incluindo a mãe e as duas filhas maiores, foram mortas por uma arma branca, sendo atingidas na região da cabeça e pescoço, enquanto a caçula apresentou sinais de esganadura.

“A pessoa que cometeu isso conseguiu entrar na casa através da janela. Houve luta corporal com a mãe das crianças na região da cozinha. Nós temos alguns indícios que indicam quebramento de móveis e marcas de sangue que mostram isso e também a questão da faca que estava junto ao corpo da mãe está bem relacionada com as lesões que a gente encontrou nos corpos”, comentou Gledson.

De acordo com o perito, a mãe das meninas, Cleci Calvi Cardoso, 46 anos, foi a primeira vítima do suspeito. Em seguida, ele foi ao quarto das outras duas filhas, onde cometeu o duplo homicídio. Por último, o pedreiro se direcionou à filha caçula, que foi enforcada e sufocada por um travesseiro.

“Tudo indica que ele foi em direção ao quarto. Tem sinais de marcas de contato na porta do quarto, que indica ele forçando, tem marcas que são compatíveis com as marcas de chinelo que nós encontramos junto ao piso da casa. Então está tudo relacionado”, disse.

Além de Cleci, o pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos, 32 anos, também vitimou as meninas Miliani Calvi Cardoso, 19 anos, Manuela Calvi Cardoso, 13 anos e Melissa Calvi Cardoso, 10 anos. A família foi encontrada morta na manhã de segunda-feira (27), dentro da própria casa e com várias perfurações pelo corpo.

Sobre a última vítima, a menina de 10 anos que teria sido enforcada e sufocada por um travesseiro, o perito explicou que ela foi a única que não foi esfaqueada, já que as investigações não encontraram lesões no corpo da vítima.

“O que a gente consegue constatar no perinecroscópico é a esganadura, o enforcamento dela. A gente tem indícios de que foi utilizado um dos travesseiros, tem marcas também compatíveis com o mesmo decalque de chinelo na região do quarto e essa criança não tem lesão de arma branca”.

As investigações feitas até o momento apontam que o crime teria acontecido entre sexta (24) e sábado (28), na estimativa de um intervalo de 48h. Segundo o perito, ainda não é possível mensurar o lapso temporal de uma vítima para outra.

Gledson também afirma que possivelmente três das quatro vítimas foram estupradas, mas a confirmação só será efetivada após o exame junto ao Instituto Médico Legal (IML): “Há indícios de que isso ocorreu”.

O perito também reitera que mesmo o pedreiro confirmando a execução do crime e sem haver indícios do envolvimento de outras pessoas no caso, não dá para descartar a hipótese de outras participações no assassinato. Ele também afirma que ainda não foi possível identificar se Gilberto retornou ao local após as atrocidades.

Ainda sobre a brutalidade dos fatos e a frieza com que o suspeito agiu perante a situação, o perito comentou jamais ter visto algo parecido: “Na minha experiência, praticamente 10 anos aqui em Sorriso, essa é a situação mais bárbara que eu encontrei por enquanto”.
 
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