Largo do Rosário ou Ilha da Banana: entenda o projeto de revitalização que pode sair do papel em 2024
Luíza Vieira
Seja como Ilha da Banana ou Largo do Rosário, você deve conhecer esse local situado no coração de Cuiabá. A vista não agrada aos olhos, o que já serviu de moradia para pelo menos 60 pessoas formando uma pequena vila com traços de construções históricas, hoje está cercada de tapume cor de prata à espera de revitalização, que pode finalmente sair do papel em 2024.
Há mais de dez anos, a região enfrenta uma relação de dependência com modais de transporte, ora VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos), que chegou a gerar uma série de desapropriações de moradores na região, e agora BRT (ônibus de Transporte Rápido). O Leiagora entrou em contato com a Secretaria de Infraestrutura e Logística do Estado de Mato Grosso para entender melhor qual será o projeto desenvolvido pelo Consórcio BRT quanto à revitalização do espaço.
“Trata-se da criação de um espaço multiuso dotado de paisagismo, iluminação pública e rede de drenagem, integrado à calçada da Igreja do Rosário em toda a sua extensão. Para tanto, a pista atual que conduz o tráfego na descida será realocada ao lado da pista de subida existente confrontante ao Morro da Luz. Esta nova geometria fará com que a Avenida Coronel Escolástico, dotada de três faixas por sentido (sendo uma exclusiva ao BRT) fique com ambas as pistas entre o Largo do Rosário e o Morro da Luz”, diz parte do trecho em resposta.
De acordo com o projeto, que está disponível no site da Sinfra, dada a extensão da área de intervenção e do desnível significativo do terreno, optou-se por uma modelagem de terreno em patamares escalonados que estabelecem uma conexão progressiva entre a cota alta, no nível da igreja e a cota baixa, no nível da Prainha.
Com isso, será construída uma praça cívica voltada para melhor acomodar as tradicionais festas de Santo da Igreja, como a de São Benedito. “O talude que emoldura esse espaço foi reconfigurado para acomodar um conjunto de escada e rampa para garantir condições de acessibilidade entre as duas cotas de nível”, diz trecho do projeto.
Já na parte alta, o terreno em frente à igreja será preservado “e a rua do casario que será reconfigurada. Uma vez que o trânsito motorizado dessa rua é apenas de interesse local, o projeto previu uma integração de nível entre as calçadas e o atual leito carroçável, constituindo um calçadão único voltado aos pedestres. Uma faixa de piso compartilhado foi resguardada para permitir o fluxo de veículos ocasionalmente, delimitada por meio de balizadores e alguma diferenciação no tratamento do piso (cor e/ou paginação dos blocos intertravados utilizados para o calçamento da via)”.
Os gastos com a requalificação do local estão estimados em mais de R$ 2 milhões (R$2.542.842,81). Ainda não se sabe quando as atividades devem começar e se os atrasos nas obras do BRT em Várzea Grande poderão afetar o desenvolvimento dos trabalhos na Capital. O que a Sinfra-MT considera é que não.
“As alterações de traçado requeridas pela Prefeitura de Várzea Grande naquele município não interferem nas ações a serem realizadas em Cuiabá. Quanto aos prazos para início das obras na capital, elas começaram após a emissão das licenças”, garante a Pasta.
Com o novo espaço revitalizado, é provável que as festas, como a de São benedito e demais eventos culturais como feiras gastronômicas que já são realizadas tradicionalmente na região, ganhem um espaço mais valorizado.
O que não se pode esquecer é que mesmo que o local passe por uma reforma estruturante e volte a ser frequentado pela população como um espaço de lazer, o entorno continua precário, seja em estrutura, seja relativo às questões sociais. O centro de Cuiabá até tem espaços que há pouco tempo foram reestruturados, mas que com a falta de manutenção e zeladoria atualmente estão devastados, como exemplo o Beco do Candeeiro.
Somado a isso, há uma grande quantidade de usuários de drogas e moradores de rua no entorno. Com o início das obras do BRT em Cuiabá, a expectativa é de que o espaço seja preservado.
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