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23/12/2023 às 18:03 | Atualizada: 23/12/2023 às 18:15

Execução de Zampieri: mandante e intermediador eram CACs e atirador estava tentando o CRAF

Gabriella Arantes

A empresária mineira Maria Angélica Caixeta Gontijo, suspeita de ser a mandante da execução do advogado Roberto Zampier e o homem identificado como Hedilerson Barbosa, investigado por contratar o atirador e fornecer a arma usada no crime possuíam o registro de Colecionador, Atirador e Caçador (CACs). Ao todo, quatro armas foram apreendidas com os suspeitos. 

Conforme a Polícia Civil de Mato Grosso (PJC-MT), o Barbosa é instrutor de tiro, despachante de armamento e possui um estande de tiro em Belo Horizonte (MG), cidade onde foi preso. Durante a prisão, o investigado estava usando o boné que foi utilizado por ele no dia do crime. Com o suspeito foi apreendido uma arma supostamente usada na data da execução de Zampieri.

“A arma estava no estande de tiro, ele é CAC, instrutor de tiro e ele nos forneceu a arma. Ele não estava de posse da arma, estava no estande de tiro dele. [...] A arma estava desmuniciada, ele não tinha noção alguma do porque que a gente estava lá. Inclusive ele estava com um boné utilizado no dia do crime. Porque ele estava com o boné”, explicou o delegado Edison Pick, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), neste sábado (23). 

Ainda conforme o delegado, o homem que confessou ter atirado e matado a vítima, identificado como Antônio Gomes da Silva, é pedreiro e havia feito um curso de tiro com o Barbosa. No entanto, por ter reprovado nas provas, o indivíduo acabou não conseguindo o registro para ser um CAC. 

“Antônio fez curso de tiro com o Barbosa, ele aprendeu a atirar com o Barbosa, essa é a relação dos dois. E até o momento ele não conseguiu ainda o Certificado de Registro de Arma de Fogo (CRAF)  para conseguir seu registro de CAC”, disse Pick. 

Com Maria Angélica foram apreendidas três pistolas calibre 9 milímetros, todas legalizadas e em nome da suspeita e do marido dela, que também é CAC. 

Ainda de acordo com o delegado, já está confirmado que Antônio e Barbosa se conheceram no estande de tiros. Entretanto, não é possível afirmar que a suposta mandante do crime conheceu os dois homens no local. A polícia apreendeu os celulares dos suspeitos e deve concluir qual a relação de ambos durante as investigações.

Chegada dos suspeitos em Cuiabá 

Os três suspeitos de participarem do assassinato do advogado Roberto Zampieri, chegaram em Cuiabá no início da tarde deste sábado (23), após terem sido presos em Minas Gerais. Maria Angélica Caixeta Gontijo, suspeita de ser a mandante do crime, Antônio Gomes da Silva, suspeito de ser o atirador e um outro homem investigado por contratar e fornecer a arma, serão encaminhados para unidades prisionais na Capital.

A empresária mineira Maria Angélica, foi a primeira dos três presos a pousar no hangar da Ciopaer. Ela ficou esperando em uma sala por cerca de 40 minutos até que os outros dois envolvidos aterrisassem em solo mato-grossense. De acordo com os policiais e pilotos que fizeram o transporte dela, a empresária estava tranquila. Para evitar ser fotografada e filmada pela imprensa, ela cobriu o rosto com um pano preto.
 
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