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29/12/2023 às 18:01 | Atualizada: 29/12/2023 às 18:29

Delegado afirma que policiais cometeram assassinatos sem ter qualquer motivação: ‘Crime de ódio’

Paulo Henrique Fanaia

O delegado titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Rondonópolis (DHPP), Thiago Damasceno, responsável pelas investigações do duplo homicídio ocorrido na noite de quarta-feira (27), afirma que os suspeitos agiram de forma gratuita e por puro ódio às pessoas em situação de rua. Na manhã desta sexta-feira (29), a Polícia Civil prendeu um dos suspeitos do crime, o policial militar Cássio Teixeira Brito. O segundo suspeito está foragido no estado de Mato Grosso do Sul.
 
“As investigações ainda estão no início, estamos fazendo confronto balístico, análise de projétil. As investigações preliminares apontam que tem uma causa que gerou essa ação, foi um crime de ódio sem motivação, sem alvo, foram para matar pessoas em situação de rua, pessoas que vivem em hipossuficiência. As pessoas confundem essas pessoas com criminosos, mas nós não sabemos a história de cada um”, afirmou o delegado Thiago durante coletiva de imprensa concedida na manhã desta sexta.
 
De acordo com o delegado, os suspeitos são policiais militares que atuam na corporação há mais de 10 anos. “Infelizmente, quem é preparado para resguardar a vida do cidadão cometeu esse erro”.
 
A dinâmica do crime
 
Até o momento, as investigações preliminares afirmam que Cássio e Elder saíram em uma Land Rover verde escura na noite de quarta-feira (27) efetuando disparos contra pessoas em situação de rua em dois pontos do município de Rondonópolis. O primeiro deles no bairro Bandeirantes, local onde as duas mortes ocorreram, e o segundo no bairro Vila Canaã.
 
Uma vítima sobrevivente contou aos investigadores que viu o momento em que o passageiro da Land Rover passou a arma para o motorista, momento em que pode ter ocorrido um disparo que acertou o pé de Elder.
 
“Recebemos a informação de quem um PM teria dado entrada no hospital vítima de um disparo acidental de arma de fogo logo após o horário do crime e num carro de cor escura. Chegamos as imagens do hospital e ali vimos que a dupla entrou no hospital com a Land Rover verde escura”, afirma o delegado Thiago.
 
O que chamou a atenção dos investigadores é que na quinta-feira (28), um dia depois do crime, Cássio registrou um boletim de ocorrência alegando que sua arma de fogo de uso pessoal havia sido extraviada.
 
 
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