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11/02/2024 às 15:20

Como seu glitter no Carnaval chega aos peixes nos oceanos

BBC News Brasil

O glitter que você usa durante o Carnaval pode ter tudo a ver com o oceano.
 
As pequenas partículas brilhantes que adornam o corpo dos foliões são feitas de plástico, material que não é biodegradável.
 
Quando se lava o corpo ou rosto coberto de glitter, as peças escorrem pelo ralo. Pequenas demais para serem filtradas no sistema de tratamento de esgoto, acabam parando em rios e mares.
 
O plástico é o maior poluente do oceano. E o glitter é um "microplástico", como são chamadas as partículas desse material com menos de 5 milímetros.
 
Nem todas têm o tamanho que o glitter tem originalmente: parte delas são grandes produtos de plástico que chegaram a esse tamanho depois de sua deterioração por forças mecânicas no oceano ou radiação solar.
 
No oceano, essas partículas de microplástico podem ser ingeridas pela fauna marinha.
 
Por conta dos possíveis danos ambientais, o produto se tornou alvo de proibições em vários países.
 
No Brasil, há dois projetos de Lei na Câmara dos Deputados, que foram juntados por serem semelhantes, que tentam barrar a venda de glitter com microplástico. As propostas, apresentadas em 2019 e em 2020, seguem à espera de parecer da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviço.
 
Como o glitter é produzido?
O glitter de plástico como o conhecemos é produzido a partir de placas de PET ou PVC que são metalizadas com alumínio e, depois, tingidas com cores diferentes.
 
Depois desse processo, explica o americano Joe Coburn, um dos proprietários da fábrica de glitter RJA-Plastics GmbH, as placas de plásticos são revestidas novamente com uma camada transparente para tentar "segurar" sua cor e dar consistência ao alumínio.
 
Essas placas são então cortadas em pequenas partículas e passam por uma máquina que tem um cilindro com 60 dentes rotativos de corte e uma faca - uma espécie de combinação entre um triturador de galhos e um triturador de papel.
 
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