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17/02/2024 às 15:30 | Atualizada: 17/02/2024 às 16:21

'Ela não deve nada para ninguém', diz mãe de jovem que matou Isabele

Leiagora

A expulsão da filha do curso de Medicina, revelada pelo blog True Crime, do jornal O Globo, nesta sexta-feira (16), não foi bem recebida pela mãe da jovem que, em 2020, matou com um tiro no rosto a adolescente Isabele Guimarães Rosa — as meninas, ambas com 14 anos à época, eram melhores amigas.

A universitária, agora impedida de frequentar as aulas pela Faculdade São Leopoldo Mandic, em Campinas (SP), sustenta que o disparo foi acidental e passou cerca de 18 meses internada em uma unidade para menores infratores, de onde saiu em junho de 2022.

“Minha filha não deve nada para ninguém. Cumpriu o que foi imposto pela Justiça. Ela merece viver a vida sem esse linchamento moral”, afirmou ao blog a mãe da estudante, hoje com 18 anos, que promete "não deixar barato" a situação vivida pela filha, que já enfrentou outras reações negativas antes da expulsão pela faculdade. 

Quando ainda morava em Cuiabá, por exemplo, ela foi a um salão de beleza e acabou sendo chamada de “assassina” por uma cliente no momento em que era maquiada para uma festa.


O caso

Isabele morreu na casa da amiga, em um condomínio de luxo na Capital, no qual ambas viviam. Em 2021, a autora do disparo foi indiciada pela Polícia Civil por ato infracional análogo a homicídio doloso, com intenção de matar. Mais tarde, porém, após recurso apresentado pelos pais da jovem, a tipificação foi alterada para ato análogo a homicídio culposo, quando não há o intuito da morte, o que permitiu que a jovem ganhasse liberdade antes dos três anos previstos inicialmente.

Posteriormente condenada, e embora tenha alegado tiro acidental, a jovem foi acusada de querer efetuar um "disparo seco", sem munição. 

Patricia Hellen Guimarães Ramos, mãe de Isabele, move uma ação de danos morais no valor de R$ 2 milhões contra a família da jovem que matou sua filha e contra a família do ex-namorado dela, que levou a arma para a casa onde o assassinato se consumou. “Eles nunca vieram me pedir desculpas”, queixa-se a mãe, que também move uma ação de danos materiais para forçar a família da estudante a pagar os R$ 40 mil gastos no funeral de Isabele. 

O adolescente que levou arma, hoje com 20 anos, foi punido por porte ilegal de arma de fogo.

A instituição

Em nota, a faculdade São Leopoldo Mandic disse que a instituição tomou conhecimento do fato a partir de uma denúncia feita ao comitê de compliance. 

“Foi feita uma apuração e constatado que a presença da aluna gerou um clima interno de grande instabilidade no ambiente acadêmico. Com base no Regimento Interno da Instituição e no Código de Ética do Estudante de Medicina, publicado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), a faculdade São Leopoldo Mandic decidiu pelo desligamento da aluna, assegurando a ela a apresentação de recurso, em atendimento aos princípios do contraditório e ampla defesa”, explicou.

 
Com informações do blog True Crime - O Globo
 
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