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01/03/2024 às 17:03 | Atualizada: 01/03/2024 às 17:38

Vídeo | Climatologista explica ‘trovão de 10 minutos’ e relâmpagos contínuos

Marina Martins

A ocorrência de alguns fenômenos extremos durante o temporal desta sexta-feira (1), na região metropolitana de Cuiabá, deixou moradores espantados.

“Povo tá assustado com o trovão de 10 minutos”, comentou um morador ao gravar o fenômeno com o celular apontado para o céu. O vídeo tem pouco mais de um minuto, com o som ininterrupto de um trovão.



 
Em outra gravação, feita da janela do 24º andar de um prédio, é possível ver os relâmpagos que cobriram a cidade num efeito quase estroboscópico (movimento contínuo e rápido).

 
O Leiagora procurou o setor de Climatologia do Departamento de Geografia da UFMT. O professor doutor Rodrigo Marques explicou que a justificativa para relâmpagos tão intensos e os barulhentos e longos trovões é a quantidade de descargas elétricas durante o temporal. Foram 2.300 raios só nesta manhã de acordo com o sistema de monitoramento da concessionária de energia elétrica, Energisa.

“Acredito que os trovões, junto com o vento, devem ter chamado a atenção e as pessoas repararam mais, pois muita gente acorda cedo. [...] O volume (de chuva) foi de 21,6 milímetros em menos de uma hora. Um volume alto, mostra que foi intensa. Ontem chegamos a 38,4C°. Esse calor ajuda a formar este tipo de nuvens e causar tempestades”, ponderou.

De acordo com o climatologista, a média histórica de chuva para março é de 232,9 milímetros. Nesta sexta, primeiro dia do mês, em cerca de uma hora, choveu quase 10% do que se espera para o mês todo. As rajadas de vento chegaram a 45 km/h.

 
As imagens de satélite do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) mostram o momento exato em que as nuvens se formaram rapidamente e ocorreu a chuva.

“Essa forma circular que parece que explode (não tinha nada e de repente vai crescendo) é característica do que chamamos de complexo convectivo de meso escala. [...] No topo das nuvens, a temperatura era de -70C°, o que indica uma nuvem com desenvolvimento vertical bem alto, tipo cumulonimbus, a que causa temporal mesmo”, disse. E complementou explicando que as tempestades serão cada vez mais intensas a partir de agora e com curta duração: “Esse tipo de evento tende a se tornar mais comum. É o nosso novo normal, por causa das mudanças climáticas.”

Estragos

A tempestade afetou vários bairros de Cuiabá e Várzea Grande. Os ventos fortes, quedas de galho, descargas elétricas, além do lançamento de placas e telhas sobre cabos de energia deixaram mais de mil residências sem energia elétrica, conforme informou a Energisa. A concessionária reforçou as equipes de atendimento.
 

Cuidados
 
A Energisa reforça alguns alertas para dias chuvosos:
• Não ligar equipamentos elétricos em tomadas instaladas em paredes úmidas;
• Não fazer manutenções durante a chuva, principalmente em telhados;
• Sempre desligar o disjuntor em casos de alagamento, curto-circuito ou incêndio;
• Evitar ficar perto de campos de futebol, piscinas, lagos, lagoas, praias, árvores, mastros e locais elevados. Não encostar em grades e objetos metálicos, não se abrigar em lugares abertos, próximo de postes ou embaixo da fiação elétrica. Esses locais se tornam perigosos por causa do risco de descargas elétricas naturais.
 
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