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07/03/2024 às 16:36

MP pediu nova intervenção afirmando que ex-secretário furou fila da vacina em Cuiabá

Kamila Arruda

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso determinou que o ex-servidor da Secretaria de Saúde de Cuiabá, Gilmar Cardoso, fosse monitorado por meio de tornozeleira eletrônica. A decisão foi proferida em novembro passado pelo desembargador Gilberto Giraldelli.

O Ministério Público Estadual havia requerido a prisão preventiva do ex-servidor alegando que o mesmo possui forte influência nos órgãos municipais e, mesmo após ter sido alvo de diversas operações policiais, continuava a cometer atos ilícitos.

O pedido foi feito na mesma representação em que o órgão ministerial buscou barrar a volta da saúde para as mãos do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) após a intervenção estadual.

“Após analisar cuidadosamente os autos, apesar da  gravidade das condutas em tese levadas a efeito por Gilmar de Souza Cardoso e da sua recalcitrância delitiva mesmo sujeito a medidas cautelares decretadas nos procedimentos criminais a que responde, por ora, não vislumbro motivos para mantê-lo apartado do convívio em sociedade,  porque o seu encarceramento cautelar, em princípio, além de desproporcional, apresenta-se mais oneroso à coletividade do que a imposição de restrições cautelares menos gravosas”, explicou o magistrado na decisão.

O pedido do Ministério Público tem como base indícios materiais que apontam que o prefeito, Cardoso e outros agentes públicos furaram a fila da vacina contra a covid-19. Além disso, também indicaram pessoas para que fossem vacinadas antes do período indicado.

Emanuel indicava os nomes e os agendamentos eram feitos por Gilmar, que já ocupou diversos cargos na Secretaria de Saúde. O irmão do prefeito, 
o empresário Marco Polo, mais conhecido como Popó, e o chefe de gabinete Antônio Monreal Neto, também furaram fila e ainda apresentaram nomes para serem beneficiados com a vacina.

Desta forma, além da tornozeleira eletrônica, Gilmar ainda está proibido de acessar as dependências de todos os órgãos municipais de Cuiabá, bem como de manter contato, seja por qualquer meio, com o prefeito e com os suspeitos Antônio Monreal Neto e Marco Polo de Freitas Pinheiro.

Outro alvo do Ministério Público nesta mesma representação foi o irmão do chefe do Executivo Municipal. O órgão pediu a autorização do judiciário para busca e apreensão, pessoal e domiciliar, contra ele, mas foi negado por Giraldelli.
 
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