10/03/2024 às 08:06 | Atualizada: 10/03/2024 às 08:31
Capacitação de professores em ‘inteligência emocional’ já é possível em oito municípios de MT
Amanda Garcia
Profissionais da educação já podem se capacitar em Inteligência Emocional em oito municípios de Mato Grosso. A pós-graduação que tem como base a educação socioemocional é ofertada pelo Instituto Signativo, organização sem fins lucrativos, que atua através de projetos com o propósito de inspirar a transformação de pessoas, através de novos olhares para a educação.
Em conversa com o Leiagora, a presidente e co-fundadora do Signativo, Belisa Maggi, contou um pouco sobre como funciona a Educação Integral com foco nas relações humanas, que tem como objeto de atuação a difusão da educação para o desenvolvimento dos sujeitos em todas as suas dimensões – intelectual, física, emocional, social e cultural.
Confira a entrevista na íntegra:
Leiagora –Você é presidente do Instituto Signativo, pelo pouco que vi, ele se trata de uma organização sem fins lucrativos que atua com programas e projetos relacionados à educação em Mato Grosso. Fale um pouco sobre.
Belisa Maggi - O Instituto Signativo é uma organização mato-grossense, sem fins lucrativos, que atua com programas e projetos relacionados à educação. E qual educação? Educação socioemocional, nós trabalhamos o desenvolvimento humano e também desenvolvemos abordagens pedagógicas criativas atuais. Auxiliamos que nossos educadores possam fazer, através da sua própria criação, criatividade, algumas práticas ideológicas, que, no fim das contas, para que a aprendizagem seja ainda mais eficiente e eficaz. O nosso propósito é inspirar a transformação e também formar novos olhares para educação. O Instituto Signativo trabalha com a capacitação de educadores em seus diversos níveis de ensino, então é a educação básica, e ele trabalha então com esses pilares de educação socioemocional. A gente visa a educação integral, que é justamente a forma que a gente vê o indivíduo, como vemos as pessoas dentro dos nossas cursos e programas, tentamos ir além da parte intelectual cognitiva. Vemos todo um indivíduo, a pessoa como várias dimensões, intelectual, física, emocional, social e cultural também.
Leiagora –Quando ele foi idealizado e qual era a proposta inicial? Os resultados foram alcançados?
Belisa Maggi –O Instituto nasceu em 2016, durante a pandemia e como um programa de pós-graduação e inteligência socioemocional na educação, com a possibilidade de ser completamente online, porque naquela época a gente não podia se ver e nada, mas assim, abriu uma expansão muito grande. O nosso maior olhar para dentro do Instituto é fazer esse acolhimento para esse ator tão importante do cenário educacional, que é o educador, para que ele se sinta apto e possa ser o exemplo dentro de sala de aula dessas próprias habilidades socioemocionais e também trazendo a criatividade e a inovação nas suas práticas pedagógicas. Quando a gente fala de socioemocional, habilidades socioemocionais e principalmente agora que a gente tem esse viés de cultura socioemocional, então a gente quer que a gente possa ajudar, auxiliar a implementação de uma cultura socioemocional, a gente está falando de continuidade, a gente está falando de um período considerável, como tudo que abarca a educação, a gente tem que ter um tempo para que isso aconteça. Mas já estamos colhendo frutos muito interessantes, relatos muito interessantes dos nossos educadores que fazem parte dos programas, como o ambiente tem sido modificado, sabe, como o acolhimento salta aos olhos de qualquer pessoa que vai visitar as localidades onde a gente também tem atuação.
Leiagora –Qual a importância de capacitar profissionais que atuam na Educação? Como isso é feito?
Belisa Maggi – Para além de capacitar esses educadores nós entendemos a necessidade deles e, claro, do cenário educacional, dentro das escolas mesmo, mas também todos nós somos educadores, se você tem um filho, se você tem um cuidado com alguma criança, se você é um adulto responsável por alguma criança, você também é um educador. Então assim, quando a gente fala de habilidades socioemocionais, ela também inclui toda a comunidade que cuidam de crianças e adultos que cuidam de crianças. Hoje o Instituto funciona de duas maneiras, com um programa e um projeto, que seria o programa de âmbito local, no Mato Grosso, que aqui se chama ‘Escola do Sentir Mais’, e temos a pós do Instituto, que é uma pós-graduação sobre Inteligência Social e Emocional. Além de capacitar, nós entendemos esses educadores. Então assim, quando a gente fala de habilidades socioemocionais, ela também inclui toda a comunidade que cuidam de crianças, adultos que cuidam de crianças, mas sim, os nossos programas.
Leiagora –Quando se trata do profissional educador, qual a principal dificuldade enfrentada hoje?
Belisa Maggi –Então, são vários temas que abarcam a realidade do educador e que trazem para ele ferramentas para lidar, então, não só com as suas práticas pedagógicas, mas no dia a dia também. Então, o olhar do Instituto, é muito nesse sentido de trazer práticas aplicáveis e que dão resultados imediatos dentro do que o educador está necessitando, um acolhimento para esse educador, uma voz, uma escuta ativa. Esse ano, na Escola do Sentir Mais, a gente tem uma outra jornada, que vai ser o mergulho, e aí a gente faz toda essa jornada, essa analogia, e então falamos sobre a atmosfera, emoções, autogestão, inteligência emocional, comunicação não violenta e várias outras coisas sobre autocuidado para as educadoras. O interessante é que ele é um programa vivo, tem muitas questões que surgem na própria região que estamos nos adaptando.
Leiagora –E como isso reflete nos alunos?
Belisa Maggi –A efetividade na aprendizagem surge quando a gente aprende com ela, né? A abordagens pedagógicas participativas, então a gente mostra que isso tudo não é de agora, né? Desde Pestalozzi, se a gente for ver lá no século 18, 19, ele já falava sobre isso. Falamos das práticas pedagógicas inclusivas, da comunicação não violenta, então, educação para a atingir a paz, né? A gente fala sobre como que eles podem utilizar o design, usar a criatividade para fazer suas próprias aulas, além de trazer um olhar mais sistêmico sobre a educação. E isso é refletido imediatamente, se o educador está estressado, estafado, sem tempo para ele, sem qualidade na vida dele, ele vai refletir isso diretamente em seus alunos. Essa frustração passa automaticamente nesse cenário.
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços. Ao utilizar nosso site, você concorda com tal monitoramento. Para mais informações, consulte nossa Política de Privacidade.