CRM rebate Emanuel e diz que pacientes do interior não contribuem para caos na saúde de Cuiabá
Amanda Garcia
O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso rebateu o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) e afirmou que os atendimentos destinados a pacientes do interior do estado não contribuem para o caos instaurado na saúde da Capital. Conforme o 2º vice-presidente do CRM, Osvaldo Cesar Pinto Mendes, a procura por alta complexidade é considerada ‘natural’ e pode ser evidenciada em todas as Capitais do país.
“Esse é o ônus e o bônus da Capital, isso sempre vai sempre acontecer em todas as Capitais desse país. Como as complexidades dos serviços estão nas Capitais, esse fluxo de procura de pessoas que são de outros lugares é natural, assim como muitos saem daqui para buscar um tratamento mais especializado em São Paulo, por exemplo”, disse nesta sexta-feira (26), em entrevista ao Programa Entre Elas da Rádio Capital.
Na ocasião, o representante do Conselho ainda destacou que o gestor não deveria usar de tal argumento para justificar as dificuldades na saúde de Cuiabá, já que a Prefeitura recebe um valor ‘a mais’ do Governo do Estado por cada paciente não residente no município que é atendido nas unidades da Capital.
“Eu não sei dizer exatamente quanto, mas o município recebe por esses atendimentos. E sem tomar partido político algum, o prefeito Emanuel Pinheiro tem que entender que isso vai acontecer com ele e com qualquer outro gestor”, acrescentou.
Conforme o Osvaldo, atualmente, os principais dilemas enfrentados pela saúde na Capital mato-grossense são: o déficit profissional e a superlotação das unidades de saúde.
Sem equívocos
A declaração de Emanuel dada através de um vídeo publicado em suas redes sociais na manhã desta sexta. Na filmagem, o gestor pede uma reunião com o governador Mauro Mendes (União) para tratar sobre a saúde de Capital e a estadualização do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC).
Como argumento, ele afirma que o HMC possui 298 pacientes internados, sendo que, desses, 78 são moradores de Cuiabá e 220 são moradores de municípios do interior de Mato Grosso.
Apesar disso, a informação foi desmentida pelo Governo do Estado, que informou, contudo, que o sistema oficial IndicaSUS aponta justamente o contrário e que 60% dos pacientes internados no HMC, nesta sexta, são cuiabanos.
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