Secretário de Saúde diz que dívida que ficará para gestão de Abilio não chega a R$ 500 milhões
Natacha Wogel - Da Redação/ Paulo Henrique Fanaia - Do Local
Sem declinar de maneira mais precisa sobre o tamanho da dívida que a atual gestão da Saúde de Cuiabá deixará para o próximo administrador, o secretário da pasta, Deiver Teixeira, disse que o valor não chega a R$ 500 milhões. Ele prestou a informação em entrevista na manhã desta terça-feira (29), quando compareceu à Câmara de Vereadores para falar das contas do setor no município.
Teixeira lançou mão do argumento repetido inúmeras vezes pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) para justificar falta de pagamentos, atrasos de repasses e algumas interrupções de serviços em função do quadro financeiro: o acúmulo de pacientes do interior atendidos pelas unidades hospitalares públicas de Cuiabá.
Conforme o gestor, todo mês há um repasse na ordem de R$ 23 milhões à Empresa Cuiabana de Saúde, que gerencia o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) e o Hospital São Benedito, ambos municipais. O montante para não haver déficit de pagamento, segundo ele, deveria ser de R$ 27 milhões às unidades. Defendeu que o governo do Estado deveria ‘entrar’ com esse valor restante, em razão dos pacientes recebidos do interior.
“Desse total, a prefeitura entra com R$ 10 milhões e pouco, outros vêm da fonte direto para a Secretaria de Saúde do governo federal e do Estado que, pelo acordo, era pra vir R$ 5 milhões, mas vêm R$ 2 milhões. Eu mesmo já disse ao secretário de Saúde do Estado: se não pôr dinheiro, não importa quem vem ano que vem, não aguenta”, bradou o secretário.
Em suas contas, 60% dos pacientes que são atendidos pelo HMC são oriundos do interior.
Quanto à prestação de contas que será deixada para a próxima gestão, Teixeira disse que os documentos serão levantados durante a transição, mas já informou que um déficit ficará. “Nós temos esse déficit – de cerca de R$ 4 milhões – somente entre os hospitais todo mês. Ele vai se avolumando e aí acaba tendo alguns prejuízos”, reforçou.
Na conversa com os vereadores na Câmara, foi levantada por Dilemário Alencar (União) a intenção de instaurar no parlamento a CPI da Saúde. À possibilidade, o gestor reagiu com aparente tranquilidade.
“Nós somos entes públicos, somos pessoas públicas, não tem problema. Eu nunca me furtei a oferecer nenhum documento. Pelo contrário, eu sempre ofereci os documentos. Aqui, por exemplo, para esta Câmara, já mandei tantos documentos, não só pra cá, mas para outros órgãos de controle”, falou.
O gestor ainda disse que estará à disposição da Câmara para tornar a prestar qualquer informação, caso a CPI seja instaurada.
“A Saúde é um livro aberto, quem quiser entrar ali dentro e ver, lógico, as autoridades, fico muito à vontade. Se a intenção desta Câmara é abrir uma CPI, aí é a intenção deles. Cabe a eles tomarem essa decisão. Nós estamos à disposição para prestar esclarecimentos com muita, mas muita tranquilidade mesmo. Faço e com o sentimento de dever cumprido”.
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