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07/07/2018 às 11:00

Trump quer acabar com critério racial para admissão nas universidades

Maisa Martinelli

A Administração do presidente norte-americano Donald Trump quer que escolas e universidades do país deixem de adotar sistemas de discriminação positiva com critério da raça em suas admissões, deixando de seguir as diretrizes do governo de Barack Obama. O ex-presidente encorajava instituições de ensino a incorporar minorias raciais a fim de garantir a diversidade, segundo o The Wall Street Journal.

Washington agora quer que o processo de seleção pare de levar em consideração a raça do candidato. Na última terça-feira (2), o Departamento de Justiça revogou sete diretrizes da divisão de direitos civis do Departamento de Educação que caminhavam nesse sentido. Entre 2011 e 2016, o interesse das instituições de ensino superior era ?conquistar os benefícios de um corpo estudantil diverso?.

Agora com a reversão do promotor geral Jeff Sessions, o país volta à política governamental de George W. Bush, que ?pedia encarecidamente que fossem usados métodos racialmente neutros? no processo de admissão dos alunos.

Com a mudança, o governo dá voz aos críticos da discriminação positiva, um sistema que ao longo dos anos desencadeou demandas por partes de estudantes brancos que consideram ser prejudicados, porém que o Supremo Tribunal apoiou com limitação.

Em novembro do ano passado, Sessions pediu ao seu departamento que verificasse as políticas em vigor, que ele considerava estar além do que as leis e a jurisprudência permitiam em matéria de diversidade. A Universidade de Harvad, em Massachusetts, que foi uma das primeiras a adotar políticas de discriminação positiva, está entre as instituições investigadas.

Em 2014, dezenas de alunos asiáticos-americanos apresentaram uma denúncia por se sentir discriminados diante de brancos, negros e latinos ao tentar uma vaga na famosa universidade. Segundo o documento, os nativos de origem asiática precisavam de 140 pontos a mais do que um branco, 270 a mais que um latino e 450 a mais que um negro.

O primeiro plano oficial de Harvard na adoção de discriminação positiva teve início em 1971, desencadeando uma série de queixas. A instituição alega que não seleciona os candidatos de acordo com sua ração somente, mas que dentro da análise holística, a questão racial é levada em conta, por sua contribuição à diversidade.

Em 2016, outro caso chamou a atenção nos Estados Unidos. A estudante Abigail Fisher fez uma denúncia contra a Universidade do Texas, em Austin, que teria recusado sua admissão por ser branca.  Ela alegou que alunos de outras raças que obtiveram pontuação menor que a dela foram aprovados.

Na ocasião, os juízes deram razão à universidade, argumentando que é direito da instituição considerar a raça como um dos elementos de admissão com o objetivo de fomentar a diversidade. No entanto, os magistrados recusaram a adoção de sistema de cota.

 
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