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15/03/2019 às 17:35 | Atualizada: 15/03/2019 às 18:42

Em depoimento, Permínio mantém versão sobre desvios na Seduc

Luana Valentim

O ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto foi reinterrogado na tarde desta sexta-feira (15), onde manteve a mesma versão prestada no primeiro depoimento em dezembro de 2016, quando firmou o acordo de delação premiada com o Grupo de Atuação em Combate ao Crime Organizado, homologada no Supremo Tribunal Federal.

Permínio foi interrogado pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Ana Cristina Silva Mendes, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal, ministro Marco Aurélio que enviou a delação premiada ao Juízo, onde o ex-secretário detalha o esquema alvo da Operação Rêmora que desviou milhões da Seduc por meio de fraudes em licitações de compras de materiais para construção e reforma de escolas estaduais.

O ex-secretário destacou em seu depoimento que o Gaeco iniciou o processo da Operação Rêmora que resultou em algumas prisões, inclusive, a dele e do empresário Alan Malouf – que também teve a sua delação homologada pelo STF – que foi detido na 3ª fase da operação.

Nos cinco meses que ficou preso no Centro de Custódia da Capital, Permínio conta que refletiu e, orientado por seus advogados, decidiu peticionar o Gaeco para que iniciasse o processo de delação.

Mas pelo fato de as informações terem extrapolado a alçada do Gaeco, o processo foi remetido ao Ministério Público Federal, pois dentre os citados, haviam aqueles que tinham o foro privilegiado.

“O ministro Marco Aurélio homologou o acordo que corre em sigilo. Por isso não posso me aprofundar, mas reafirmo o antigo depoimento. Estou à disposição da Justiça para esclarecer fatos”, pontuou.

Entrando nos fatos que geraram as denúncias, Permínio detalhou que, após conhecer Malouf, iniciou-se todo um processo de ‘recuperação’ dos valores investidos por ele e um grupo de empresários na campanha de Pedro Taques (PSDB) ao governo em 2014.

“Malouf me disse que foi difícil a composição do secretariado pelo salário que estava sendo ofertado. Era no valor de R$ 13 mil em algumas pastas. Ele me disse que faria para mim uma compensação salarial, inicialmente de R$ 20 mil para depois chegar a R$ 30 mil. E deu garantias de que os nossos nomes seriam preservados”, relatou.

Após, Malouf o apresentou ao empresário Giovanni Guizardi que seria o responsável para fazer a captação dos  recursos ilícitos, por meio de servidores da Seduc, que viesse a fazer frente ao salário que lhe seria pago e aos investimentos feitos na campanha tucana.

Permínio destacou que somente Guizardi é quem sabe dos detalhes de como era feita a captação desses recursos.

Apesar de relatar que todo o esquema ocorreu em prol de ‘recuperar’ o dinheiro investido na campanha de Pedro Taques ao governo, Permínio não citou o envolvimento dele no esquema.
 



 
 
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