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18/03/2019 às 23:58 | Atualizada: 19/03/2019 às 00:21

Silva Freire, personalidades cuiabanas

Bárbara Fontes

O poeta Silva Freire foi um boêmio das noites cuiabanas. Frequentador assíduo do SAYONARA, lendária casa de shows, era considerado o “poeta da casa” e os poemas que costumava declamar foram gravados no primeiro disco vinil produzido em Mato Grosso – Sayonara 10 nos 250 anos –  marcando o aniversário da casa e de Cuiabá em 1969. 

Benedito Sant’Anna da Silva nasceu em Porto de Fora, terras pantaneiras do distrito de Santo Antônio do Leverger, Mato Grosso, em 20 de setembro de 1928, porém seu registro de nascimento se deu em Cuiabá. Silva Freire era um cuiabano pantaneiro formado em Direito, atuou como jornalista cultural e foi professor titular do Departamento de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Foi poeta de vanguarda e co-fundador, ao lado de Wlademir Dias-Pino, do Intensivismo (movimento que lutava pela renovação político-literária durante o Modernismo em Mato Grosso e foi propulsor da Poesia Concreta). Com a Revolução de 31 de março de 1964, Silva Freire, que não compactuava com a ditadura militar, foi preso e teve seus direitos políticos cassado.

Em 11 de agosto de 1991, Silva Freire faleceu aos 62 anos. Cuiabá chorou. Ficou órfã do poeta lhe amou incondicionalmente. Foi-se o homem, porém, ficou um legado que o tornou imortal (muito além da cadeira 38 que ocupou na Academia Mato-grossense de Letras). O grande poeta está mais vivo do que nunca e na mesma casa em que viveu, no Largo da Mandioca, Centro Histórico de Cuiabá, onde funciona a Casa de Cultura Silva Freire. Fundada em 2010, assumiu a missão de manter a memória e a chama instigante do poeta através de ações culturais, sociais e educativas. O local está aberto para todos e possui uma programação anual bem diversificada. Realmente, Silva Freire nunca morreu. Cuiabá voltou a sorrir.

Veja todo o editorial em homenagem aos 300 anos de Cuiabá:  300 Cuiabá
 
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