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12/04/2019 às 15:07

Multinacional decide libertar cães usados em testes de agrotóxicos exigidos pela Anvisa

Leiagora

Após a divulgação de um vídeo da organização Humane Society International (HSI) revelar que a Dow AgroSciences, que atua no Brasil, estava financiando testes de agrotóxicos com dezenas de cães nos laboratórios Charles River em Michigan, nos Estados Unidos, a multinacional decidiu libertar os beagles usados como cobaias.

A filmagem baseada nas investigações da HSI mostra que durante 100 dias os animais foram submetidos a 20 experimentos laboratoriais de curto e longo prazo. Em um dos testes encomendados pela Dow AgroSciences, 36 beagles foram alimentados à força com altas doses de fungicidas. Segundo o investigador da organização, os animais que sobrevivessem às experiências seriam sacrificados em julho.

Porém, com a repercussão da denúncia, agora os animais serão encaminhados para a Humane Society Michigan, que vai encontrar lares adequados para cada um dos sobreviventes.

No entanto, é importante destacar que para conseguir a libertação dos beagles a organização teve de dialogar com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), vinculada ao Ministério da Saúde do Brasil, que foi quem exigiu a realização dos testes para a regulamentação dos novos agrotóxicos da Dow AgroSciences no país.

Em testes com animais, a escolha dos beagles é justificada pelo seu comportamento dócil, pela facilidade em confiar nas pessoas. Vale lembrar também que a AgroSciences já havia dado uma declaração qualificando esse tipo de teste como cientificamente desnecessário.

“O governo dos Estados Unidos eliminou esse teste há mais de 10 anos e quase todos os países do mundo seguiram o exemplo, inclusive a Dow”, informa a Humane Society, acrescentando que muitos outros laboratórios ainda realizam experiências com animais desconhecidas pela maioria da população.

A estimativa é de que apenas nos Estados Unidos mais de 60 mil cães sejam submetidos aos mais diferentes testes em centenas de laboratórios a cada ano: “Todos os dias esses cães engaiolados estão sendo envenenados e se aproximam cada vez mais de serem mortos”, lamenta a HSI.

 
Direto da Redação, Vegazeta
 
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