O portal de notícias Leiagora recebeu, na manhã desta segunda-feira (22), áudios que denunciam a ilegalidade da prática médica no CEM (Centro de Especialidades Médicas) em Cuiabá.

Nas gravações pode-se constatar que funcionários batem ponto, porém não cumprem a carga horária estabelecida por lei de 40h semanais.

Uma das funcionárias, ao se sentir lesada, orientou aos companheiros de trabalho que cumpram a carga, pois os pacientes estão sendo prejudicados. A servidora já ameaçou fazer uma denúncia ao RH, porém existe uma prática de ‘compensação de carga horária’ por meio de mutirões. 

Os mutirões, segundo um dos áudios enviados, não são oficializados. “ Situação precária. Não existe documento oficial. O secretário não assinou nada. Se a corda arrebentar vai sobrar pra gente”.

A coordenadora do CEM ainda critica o trabalho do atual diretor clínico, Berorocan Figueiredo, ao sugerir que o mesmo não corrobora com o acordo.

“ É um acordo que eu fiz com vocês, eu defendo vocês (...) Infelizmente, estamos com um diretor que não ajuda nada, não resolve nada, nós temos que nos unir pra decidir que nós vamos resolver ‘CALAR A BOCA DE LUCRÉCIA’ (...) temos que trocar o Dr. Perorocam, ele só está aqui ganhando (...)infelizmente, ele está aqui de enfeite, só jogando palavra cruzada”, finalizou a coordenadora.

O problema não ocorre somente no CEM, segundo relata em um dos áudios, o Ministério Público já recebeu denúncias de falta de cumprimento de carga horária médica do CERMAC - Centro Estadual de Referência de Média e Alta Complexidades de Mato Grosso.

“Na semana passada chegaram várias intimações, citações pra colegas lá do CERMAC, já do Ministério Público, com relação ao complemento de carga horária, negócio complicado, eles estão assustados. (...) nós estamos na mira”,   finaliza um dos autores do áudio. 

Essas informações foram enviadas ao portal com áudios e “prints” originais para devidas constatações.

Posicionamento da Secretaria Municipal de Saúde (23/04): 

"A Secretaria de Saúde ira apurar e, caso sejam confirmadas irregularidades, irá tomar as providencias cabíveis no rigor da lei. Inclusive com abertura de PAD e demissões."