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25/05/2019 às 14:00 | Atualizada: 26/05/2019 às 17:25

“Não tenho uma varinha de condão para fazer tudo isso”, diz Secretária de Educação; Veja vídeo

Josiane Dalmagro / Iury Lupaudi

A secretária de Estado de Educação, Marioneide Kliemaschewsk, esteve presente nos estúdios do Leiagora/LTV para falar sobre a greve na educação e explanar as reivindicações dos servidores, como RGA, a dobra do poder de compra dos profissionais da educação, calendário de pagamentos, a liberação das licenças-prêmio, das licenças para qualificação profissional e sobre a atual situação orçamentária da pasta.

“Seria uma mágica, em 150 dias de gestão, conseguir contornar tudo isso, mediante a conjuntura político-econômica que nós encontramos e que vivenciamos, não só no Estado de Mato Grosso, como no nosso país. É um momento em que os investimentos a nível nacional têm reduzido muito para o Estado e essa é uma grande deficiência e dificuldade que estamos encontrando”, justificou ela.

Apesar disso, a secretária afirmou que o governo tem aberto espaço de negociação e que estão ocorrendo reuniões por meio de um comitê estratégico com membros da Sefaz, Seplag, Seduc e Casa Civil, para dialogar com o sindicato da categoria.

“Avançamos em alguns pontos, já foi encaminhado um calendário para reuniões junto ao Sintep, para tratar destas situações, com reuniões previstas para junho, agosto e outubro”, disse Marioneide.

Sobre a licença-prêmio, ela afirmou que elas vêm sendo liberadas e estariam no plano de demanda deste ano,  onde 276 servidores terão o benefício.

“A cada um que sai, eu preciso colocar outro no lugar e isso demanda investimento também. O governador deixou bem claro que, na gestão dele, é para garantir ⅓ de férias dos contratados. Só que este investimento traz um aumento de quase R$ 21 milhões na folha de pagamento da Seduc. Eles nunca receberam ⅓ de férias e agora isso está sendo corrigido - o que ficou para trás é outra negociação. Nosso orçamento utiliza 95,6% para folha de pagamento. É um orçamento de R$ 3,2 bilhões, dos quais R$ 2,814 bilhões vão para folha de pagamento. Sobra para investimentos e despesas operacionais apenas R$ 300 milhões, então a conta não fecha”, explica a gestora.

De acordo com ela, desses R$ 300 milhões, R$ 116 milhões são para transporte escolar, R$ 48 milhões são recursos para manutenção do projeto político pedagógico das escolas, R$ 57 milhões foram pagos em taxa de energia no ano (para as 768 escolas, 98 assessorias, 15 polos de Centro de Formação dos Profissionais da Educação) e R$ 29 milhões para alimentação escolar.

Além destas despesas, Marioneide pontua que ainda há gastos com locação de imóveis, combustível, com o Conselho das assessorias pedagógicas e, sendo assim, sobra muito pouco para capacidade de investimento na Seduc.

“Temos corrido atrás para buscar a captação de recursos e conseguimos R$ 35 milhões para investir por meio de recursos oriundos da ALMT, que vai nos apoiar nas questões de reformas, com destinação de emendas parlamentares”, disse.

O problema é de outras gestões

“O que estamos fazendo enquanto governo é a discussão, o diálogo, estamos abertos ao diálogo sempre, através de um comitê estratégico que foi criado para discutir a greve, mas é importante que todo e qualquer cidadão tenha conhecimento de algumas situações. Já estamos com salários parcelados em Mato Grosso, isso é uma realidade que nenhum governo coloca por querer criar esse estado de calamidade financeira. O Estado possui dívidas com fornecedores e municípios e o problema não é de uma gestão, é de anos e anos que vêm acontecendo”, desabafa a secretária de Educação.

Ela afirma que, apesar dos apontamentos, a gestão está trabalhando para organizar a situação, alegando que não irá realizar qualquer investimento, antes que isso ocorra. 

“Não se compra uma caneta na minha gestão até arrumar a casa, precisamos colocar o trem nos trilhos”, finalizou.
 
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