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29/05/2019 às 09:20 | Atualizada: 29/05/2019 às 11:14

Arcanjo chega na Acadepol e pode ser ouvido ainda hoje pelo juiz - Veja o vídeo

Luana Valentim e Luzia Araújo

O ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro acaba de chegar na Academia de Policia Judiciária Civil de Mato Grosso. Os policiais estão desde a madrugada desta quarta-feira (29), na casa dele para cumprir o mandado de prisão.

O mandado também se estende a seu genro Giovanni Zem Rodrigues que foi preso em Guarulhos (SP), em companhia com a Polícia Federal. Uma equipe irá buscá-lo ainda hoje, para que ele possa se apresentar a audiência de custódia.

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A prisão é decorrente da Operação 'Mantus' da Delegacia Fazendária e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz) e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO). Eles são acusados de liderarem uma organização criminosa que estaria praticando lavagem de dinheiro, contravenção do 'jogo do bicho', extorsão e sequestro.

Segundo o delegado que participou da ação, Fernado Vaz, a operação contou com aproximadamente 150 policiais civis cumprindo ordens judiciais em sete cidades de Mato Grosso.

"Acredito que essa é uma das maiores operações da Polícia Judiciária Civil neste ano", afirmou.

As investigações iniciaram em agosto de 2017, após os policiais receberem uma denúncia anônima sobre a permanência e continuidade do jogo do bicho em Cuiabá. O delegado da Delegacia Fazendária, Luiz Henrique Damasceno informou que, desde então, iniciaram as diligências resultando em apreensões que levaram a nomes de pessoas e dados bancários.

Com isso, os policiais iniciaram os trabalhos de inteligência de levantamento de informações e financeiras. A organização é conhecida pela sociedade como 'Colibri', mesmo nome do hotel de um dos membros, em Tangará da Serra.

A outra organização denominada Elo, era comandada por Frederico Muller Coutinho e competia acirradamente com o grupo de Arcanjo. Ambos tem o título de Comendador e brigam entre si em busca de poder.

Foram encontradas também anotações de jogo do bicho na empresa alvo da operação que está registrada no nome da sobrinha de Giovanni, o que se enquadra em um estabelecimento para lavagem de dinheiro.

Conforme as investigações, em um ano as organizações movimentaram cerca de R$ 20 milhões. 'Óbvio que muitas movimentações são feitas em dinheiro vivo, então este não é um total ainda'.

O delegado ressaltou que será o juiz quem decidirá quanto a penalidade de Arcanjo, considerando que ele estava cumprindo pena em regime semiaberto pelo mesmo crime. Ele estava em liberdade há pouco mais de um ano após ter ficado 15 anos na cadeia.

As informações iniciais levam a acreditar que a prática do jogo do bicho nunca parou em Mato Grosso, apenas trocou de líder com a prisão de Arcanjo, passando a ser administrado por seu genro. Após ganhar a liberdade, o Comendador voltou à liderança da organização.

O delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado, Flávio Stringuetta, disse que também foi encontrada uma certa quantia de dinheiro no carro de Giovanni, mas ainda não sabe precisar o valor.

Diante da quantidade de pessoas que foram presas, será feito um cronograma para as oitivas. Com isso, não há informações se Arcanjo será ouvido hoje.

      
 
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