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04/06/2019 às 14:50 | Atualizada: 04/06/2019 às 16:25

Defesa de Arcanjo alega que ele está velho demais e não aguentaria cadeia novamente

Luana Valentim, Fernanda Leite, Luzia Araújo

A defesa do ex-bicheiro, João Arcanjo Ribeiro, o advogado Zaid Arbid, disse nesta terça-feira (4), que seu cliente não conseguirá cumprir pena porque estaria muito velho e porque jamais cometeria os mesmos erros. 

João Arcanjo e mais 19 pessoas foram presos durante a deflagração da operação Mantus na última quarta-feira (29), por organização criminosa, lavagem de dinheiro, jogo do bicho, extorsão e sequestro.

“João Arcanjo estava com 50 e poucos quando foi preso e hoje, ele está com 68 anos. Será que ele aguenta mais essa?  Será que ele é mais uma peça de brinquedo por ser João Arcanjo Ribeiro? ”, questiona a defesa, alegando que ele jamais cometeria os mesmos erros do passado.

“Não creio, não procede. Depois de 14 anos recluso ele não voltaria a praticar aquilo que tirou a liberdade dele. Ele perdeu a sensibilidade do que é certo ou errado, mas a regra de conduta foi de bem viver. E o compromisso e comprometimento com a Justiça”, disse.

Arbid vai aguardar as investigações para provar a inocência de seu cliente. “Os fatos serão investigados da melhor forma e a verdade vai implodir essas acusações contra ele”, espera.

Quanto ao valor de R$ 197 mil encontrado pelos policiais da Delegacia Fazendária e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz) e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), a defesa alega que o dinheiro é declarado.

“Toda a origem é declarada. Esse valor que foi encontrado na casa dele é de recurso que ele tem, inclusive, declarado. João Arcanjo está com a morte civil decretada, pois não pode ter uma conta bancária, nem transação comercial. Então ele busca ter essa reseva em dinheiro, o que não é crime, desde que declare a origem no imposto de renda”, explicou.

Arbid relatou que o dinheiro se origina de créditos de o ex-bicheiro possui já que nem tudo está bloqueado e apreendido judicialmente, sobrando a ele algumas reservas de rendimento livre. Avaliando que as investigações deveriam considerar que nem tudo relacionado a João Arcanjo é mentira.

O advogado considerou que a operação Mantus é uma réplica da Arrego deflagrada em 2007, onde a polícia fez um terrível levantamento pintando o comendador como a pior pessoa, sendo transferido e ficando praticamente 12 anos fora de Cuiabá em presídio de segurança máxima e, no final, está operação foi implodida e João Arcanjo absolvido.

Completou ainda que seu cliente não é um imbecil e não iria ‘voar para traz’, mas sim para a liberdade dele. Ainda negou que João Arcanjo tenha envolvimento no jogo do bicho e que irá pedir pela soltura dele.
 
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