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07/06/2019 às 07:29

Em entrevista, Madonna admite ter sido assediada por Harvey Weinstein: - Ele cruzou barreiras e limites

Leiagora

Prestes a lançar seu mais recente álbum, Madame X, Madonna deu uma entrevista ao jornal New York Times e, dentre diversos assuntos, revelou que já foi assediada por Harvey Weinstein, produtor de Hollywood que foi acusado de assédio e até mesmo estupro por diversas mulheres da indústria.Segundo Madonna, o assédio ocorreu em 1991, quando ela trabalhou com o produtor na gravação do documentário Na Cama com Madonna.

- Harvey cruzou barreiras e limites e flertou comigo de forma incrivelmente sexual quando estávamos trabalhando juntos. Ele estava casado na época, e eu certamente não estava interessada.

Ela continuou, falando sobre como Harvey era visto no meio cinematográfico:

- Eu soube que ele fez a mesma coisa com várias outras mulheres que eu conhecia da indústria. E nós estávamos tipo: Harvey pode fazer isso porque ele tem tanto poder e é tão bem sucedido, e seus filmes sempre vão tão bem e todo mundo quer trabalhar com ele, então você tem que lidar com isso.

Madonna também contou sobre como se sentiu ao ver as primeiras acusações contra o produtor:

- Quando aconteceu, eu pensei: Finalmente. Não comemorei demais porque nunca comemorarei o fim de uma pessoa. Não acho que traz um carma bom. Mas foi positivo que alguém que esteve abusando do seu poder por tantos anos foi denunciado e responsabilizado.

Apesar da longa entrevista, Madonna parece não ter ficado feliz com seu resultado final. Em um post no Instagram, a cantora desabafou sobre o que achou da matéria, e falou sobre o machismo por trás dos constantes comentários sobre sua idade:

A jornalista que escreveu esse artigo passou dias, horas e meses comigo e foi convidado para dentro de um mundo que muitas pessoas não podem ver, mas escolheu focar nos assuntos triviais e superficiais como a etnia da minha equipe, o tecido das minhas cortinas e comentários sem fim sobre a minha idade, o que nunca teria sido mencionado se eu fosse um homem. Mulheres passam por algo difíceis ao serem as campeãs de outras mulheres, mesmo quando elas posam como feministas intelectuais.

Ela continuou, dizendo que a entrevista a fez sentir como se tivesse sido estuprada:

Me desculpe, eu passei cinco minutos com ela. Fez com que eu me sentisse estuprada. E sim, eu posso usar essa analogia, por ter sido estuprada aos 19 anos de idade. New York Times é um dos fundadores do patriarcado. E eu digo: morte ao patriarcado que é tecido na nossa sociedade. Eu nunca vou parar de lutar para erradicá-lo.
Direto da Redação, Estadão Conteúdo
 
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