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13/06/2019 às 16:31 | Atualizada: 13/06/2019 às 20:47

Para fugir da crise, trabalhadores se adaptam e fazem entregas até a cavalo - vídeo

Luana Valentim

Para fugir da crise econômica e do desemprego, pessoas estão se adaptando aos aplicativos de entregas de alimentos, seja de bicicleta, a pé, moto própria ou a cavalo. Mas acontece que, apesar da grande quantidade de entregadores que vem surgindo, ainda são poucos os estabelecimentos que se adaptaram a essa tecnologia.
 
Diante disso, vários entregadores por aplicativos denunciaram ao Leiagora, nesta quinta-feira (13), que os comércios não estão dando conta de atender a demanda de pedidos por aplicativos, acarretando na demora na hora da entrega.
 
“Tem entregador de aplicativos que fica entre 50 minutos a 1h para liberar o pedido para o cliente final. E acaba o entregador ficando no prejuízo. Porque o comércio coloca lá o tempo estimado para o entregador ir ao seu estabelecimento pegar o pedido e acaba não acontecendo isso”, explicou um dos profissionais, que preferiu não se identificar.
 
Ele também informou que, em Cuiabá, tem aproximadamente 900 entregadores de aplicativos e cerca de 5200 mil em todo o Estado. Diante do aumento de pedido delivery, alguns comerciantes mandaram garçons embora porque teve uma queda no atendimento.
 
Segundo os comerciantes, após a chegada dos aplicativos no Estado, houve um grande faturamento de aproximadamente 30% mensal. Tem estabelecimento que usa três plataformas de entrega.
 
“Quando o cliente final solicita um pedido via aplicativo, acaba que os comércios não atendem o chamado por falta de funcionários. Estamos aqui trabalhando por causa do desemprego no Brasil. Eu mesmo estou desempregado há um ano e meio, sou formado em Tecnologia e Logística, mas não consigo arrumar emprego”, disse.
 
Dos 900 entregadores, 50% encontram-se desempregados e estão fugindo da crise trabalhando nos aplicativos, mas estão tendo prejuízo pelo fato de que os comerciantes ainda não se adaptaram à nova tecnologia.
 
O entregador tem um lucro mensal entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil trabalhando aproximadamente 12h por dia.
 
“Os entregadores pedalam de 25 km a 50 km por dia, usam moto própria, vão a pé e até a cavalo fazer entregas para fugir da crise e ajudar sua família. A vantagem é que cada um faz o seu horário. Tem entregador de outras regiões que vem trabalhar em Cuiabá porque na sua cidade não tem, então ele viaja de 50 km a 70 km para trabalhar e tirar mais ou menos R$ 70 por dia dependendo da demanda”, informou.
 
A preocupação da categoria é que a maioria está desprotegida em caso de doença e de acidentes, pois menos de 30% dos entregadores estão formalizados como microempreendedor individual.
 
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