Digo que sou mulher negra, senão muitos fingem que não estão vendo, diz Grace Passô
Leiagora
A atriz Grace Passô participou neste sábado (13) da programação oficial da Festa Literária Internacional de Paraty com uma leitura dramática e conversa com o músico e ensaísta José Miguel Wisnik.
Passô leu sua peça "Mata teu Pai", espécie de revisitação de Medeia, em que uma mulher pede às filhas, que se confundem com o público, para que matem o pai.
Após a leitura houve uma conversa breve com Wisnik sobre teatro e identidade. Segundo Passô, seu objetivo é "fazer com que a experiência artística nos lembre que estamos vivos". "Pode parecer uma notícia óbvia", disse ela, "mas não é. Sobretudo numa sociedade que nos mata o tempo todo."
As falas da atriz e do músico buscavam a profundidade e a complexidade dos temas. "É muita coisa isso que você está falando", disse Passô a Wisnik num momento. "O que é um ser?", questionou ela. "É muita coisa. Mas se digo que sou uma mulher negra brasileira é porque a sociedade exige, porque muitos aqui iam fingir que não estão vendo isso."
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços. Ao utilizar nosso site, você concorda com tal monitoramento. Para mais informações, consulte nossa Política de Privacidade.