‘Paulo Taques acusou Arcanjo de planejar atentado contra ele e Taques’, diz denúncia do MPE
Luana Valentim
O ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, acusou o ex-comendador João Arcanjo Ribeiro de planejar um atentado contra ele e seu primo, o então governador Pedro Taques (PSDB). As informações constam na denúncia feita pela Procuradoria-Geral de Justiça no processo que investiga as interceptações telefônicas ilegais.
Paulo teria pedido para que fossem realizadas as interceptações sem autorização legal, investigando a sua amante Tatiane Sangalli Padilha e sua funcionária Caroline Mariano.
Paulo aproveitou da amizade que sua amante tinha com Kelly Arcanjo – filha de Arcanjo – e inventou uma ‘história cobertura’ afirmando que o Comendador obteria, por meio de Caroline e Tatiane, informações suficientes para planejar um atentado contra sua vida e de Taques.
Foi quando comunicou ao então secretário de Segurança Pública, Mauro Zaque, que o então governador corria risco de morte.
Para comprovar suas alegações, Paulo apresentou um papel com supostas conversas telefônicas interceptadas – fora do padrão costumeiramente utilizado pelos órgãos de investigação oficiais – denotando que duas mulheres tramariam algo contra si e seu primo.
Zaque então acionou o secretário-executivo de Segurança Pública à época, Fábio Galindo Silvestre que também foi comunicado pessoalmente por Paulo sobre as ameaças.
Paulo ainda disse que Arcanjo tramava casar-se com Tatiane com o objetivo de se transferir para Mato Grosso e, ao mesmo tempo, tentar algo contra sua vida e do governador.
Diante da gravidade, Fábio chamou a delegada de Polícia Civil, Alessandra Saturnino, que ocupava, à época, a Secretaria-Adjunta de Inteligência, para uma reunião na sede da Sesp, onde Paulo novamente apresentou o documento alegando ter obtido de órgão federal.
Em março de 2015, a Gerência de Combate ao Crime Organizado, sob o comando do delegado Flávio Stringueta, deflagrou a “Operação Querubim” declinando de maneira clara os nomes de Tatiane e Caroline, bem como o porquê de pleitear a quebra de suas comunicações telefônicas. No entanto, não foi apurado o envolvimento delas com ameaças à vida de Paulo e Pedro Taques.
Foi concluído que a suposta ameaça contra a vida de Paulo e Pedro Taques nunca existiu, não passando de uma “história cobertura” inventada pelo ex-scretário para monitorar, ilegalmente, sua ex-amante e sua secretária.
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