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08/08/2019 às 14:49 | Atualizada: 08/08/2019 às 15:11

Associação de Rondonópolis solicita abrigo para vítimas de violência doméstica contra a mulher

Leiagora

A Lei de n.°11.340/06, conhecida como Lei Maria da Penha, foi sancionada há 13 anos, nesta última quarta-feira (07), em que dispõe da criação de mecanismos para coibir qualquer tipo de violência doméstica e familiar contra a mulher. Para reforçar a data alusiva que garantiu medidas protetivas às vítimas, o deputado estadual Delegado Claudinei (PSL) e a Associação de Mulheres de Rondonópolis e Região Sul de Mato Grosso marcaram presença na sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Rondonópolis (MT) para alertar sobre o assunto.

Claudinei que atuou como delegado de polícia por 17 anos, durante a explanação no parlamento municipal, expôs a importância das vítimas de violência doméstica da Associação de Mulheres estarem manifestando essa pauta, que é um problema social não só em Mato Grosso, como, também, mundialmente. “Mesmo Mato Grosso tendo uma redução de 21 casos de feminicídio para 16 neste primeiro semestre, em relação a 2018, infelizmente a estatística da maioria dos estados brasileiros aponta o aumento do número de assassinatos. O Brasil hoje está em quinto lugar no mundo todo em relação a violência contra a mulher e é uma situação grave que não pode perder de vista”, posiciona o deputado.

Em relação ao tema, nos dias atuais, este é um assunto que vem tendo destaque nos diversificados meios de comunicação. Delegado Claudinei considera que é de suma importância essa divulgação de forma intensificada para que a sociedade acompanhe a realidade do país e, assim, favoreça para a promoção de ações preventivas com o envolvimento social e a atuação direta de importantes instituições. “Para chegar ao feminicídio que é o último estágio da violência, antes a vítima foi torturada, humilhada, agredida tanto fisicamente como piscologicamente. Ela teve que passar por todas essas etapas. É um crime gravíssimo. A relação deve os ex-companheiros não aceitarem a separação e por motivos de vingança, acabam assassinando covardemente a mulher”, explica o parlamentar.  



Vítimas manifestam com cartazes a violência doméstica na sessão ordinária da Câmara Municipal de Rondonópolis.

Associação – Há exatamente cinco anos foi criada a Associação de Mulheres de Rondonópolis e Região Sul de Mato Grosso. De acordo com a fundadora e presidente da instituição, Sandra Raquel Mendes, é necessária a criação de um abrigo para acolher as mulheres vítimas de violência no município. “A Casa de Apoio que administramos, oferece cursos e oficinas de capacitação. Hoje temos 12 psicólogos que tratam essas mulheres para que saiam do ciclo da violência doméstica. A gente apodera essa mulher e capacita para o mercado de trabalho. Assim, ela tem condições de arrumar um trabalho e se tornar autora da sua própria história e adquirir a sua dependência financeira que é o grande problema e vilão de muitas mulheres para não se separarem do agressor”, esclarece. 

“O deputado Claudinei, ele sempre esteve conosco nesta luta, não é de agora, ele sempre esteve conosco. Quando eu era do Conselho da Mulher, ele nos ajudou muito. Ele é um homem diferenciado. Não é puxação de saco, é uma realidade”, enfatiza Sandra. 

Vítima – A exatamente um ano, Halima Nunes, 39 anos, tomou coragem em separar definitivamente do seu ex-marido agressor e foi acolhida pela Associação. Casada há 10 anos, em um relacionamento abusivo com base de idas e vindas, teve que abrir mão da carreira profissional a pedido do ex-companheiro para se dedicar somente à vida familiar. “Eu abri mão de trabalhar, senti nele segurança por ser um homem experiente e mais velho. Então, ele disse que se casasse não precisava trabalhar, pois daria uma vida boa. Errei, por ter feito isso. Abri mão também dos meus amigos e da minha vida para viver com ele”, lembra.

Halima conta que ele chegou a colocar terras e empresas no nome dela. Mas, por trás de todas as mordomias dadas por ele, não sabia que na verdade estava sendo vítima de estelionato. “Na época foi lindo e maravilhoso. Fui ao cartório e registrei. Tudo que ele falava eu fazia. Mas, não sabia como seria o meu futuro. Quando meu nome já estava sujo e não conseguia arcar com as despesas, ele começou a me agredir. Aí, eu vi que não servia mais para ele. Começou a me xingar de nomes baixos e depois veio a agressão física quando minha filha de seis meses estava no meu colo. Já estava me sentindo presa à ele e com medo”, conta a vítima.



Vítimas de violência doméstica de Rondonópolis

O acompanhamento psicológico na Associação de Mulheres colaborou para que Halima mudasse de vida. “A psicóloga explicou que a agressão verbal dele era para me deixar para baixo e me prender no relacionamento. Eu sentia como se não conseguisse viver e como se eu fosse culpada por tudo aquilo acontecer. A Associação me abrigou inicialmente até ir para casa de uma conhecida. Se eu continuasse com ele, eu ia permitir querer a morte”, explica. 

Em junho do ano passado, ela conta que começou a andar com as minhas próprias pernas. “Eu o denuncie e contei com a medida protetiva da Maria da Penha. Não acreditava que conseguiria fazer meu negócio. Comecei a fazer bolos caseiros. Tive bastante sucesso. Da mesma forma que estou prosperando com os meus bolos, eu sei que posso. Escrevi um livro que em breve será publicado. Hoje sou evangélica. A luta é minha e de todas as mulheres”, diz.

Para denúncias para casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, os números disponíveis para as vítimas são: 180 para a Central de Atendimento à Mulher, 197 (região metropolitana de Cuiabá) e 181 ( interior do Estado) da Polícia Civil de Mato Grosso. 
Com informações da assessoria de imprensa
 
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