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13/08/2019 às 17:37

Cansado de opiniões e de política, Fábio Porchat comanda programa de contação de histórias

Leiagora

Não é preciso, necessariamente, ser artista ou um figurão para ser entrevistado por Fábio Porchat, 36, em seu novo programa no "Que História é Essa, Porchat?", que estreou na semana passada no GNT. O que é indispensável mesmo é ter uma boa história para contar. Daquelas que as pessoas ouvem e pensam até que é mentira.

O palco tem formato de arena. No centro fica Porchat com os três convidados famosos -na atração desta terça-feira (13) estará Zeca Camargo e os atores, Lúcio Mauro Filho e Katiuscia Canoro. O programa de estreia teve Cláudia Raia, Ney Latorraca e Marcos Veras. Ainda devem passar Fátima Bernardes, Chay Suede, Dani Calabresa, Regina Casé e Ingrid Guimarães.

Ao redor deles fica a plateia, na qual estão alguns anônimos que são chamados para dar depoimentos. O objetivo do programa, que não tem quadros nem brincadeiras, é fazer as pessoas compartilharem suas histórias, sejam elas inusitadas, assustadoras, tristes ou engraçadas. "Surgiu uma história incrível aqui de uma mulher que tropeçou no Dalai Lama", disse Porchat em entrevista ao F5, durante a gravação de um episódio do programa. 

Porchat também fala sobre outro caso no qual uma "anônima que tinha feito mastectomia, saiu para um primeiro encontro e foi transar com o cara". "Ela não tinha o mamilo e contou a história de uma forma muito engraçada. Ela ficou com a mão no peito [envergonhada], e o cara falando para ela tirar. Até que ele tirou o olho dele do rosto. Ele tinha um olho postiço! E eles são casados até hoje. É tão bonitinho."

A produção do programa trabalha a todo vapor para encontrar personagens com boas narrativas. O público também pode oferecer suas histórias pelas redes sociais -basta escrever o relato e marcar a hashtag #PorchatnoGNT para tentar a sorte. 

"É um formato muito simples. A gente pensou o seguinte: onde o Porchat nada de braçada? Contando história. Você morre de rir. E ele ouve muito bem, o que é uma raridade para quem conta história", afirma Mariana Koehler, diretora de conteúdo do GNT.

Enquanto grande parte dos programas de TV busca a opinião dos entrevistados -e não raramente a política entra em pauta-, Fábio Porchat resolveu ir contra a maré. Após entrevistar quase mil pessoas no Programa do Porchat (Record, 2016-2018), ele saiu da emissora e decidiu abandonar também o formato de talk show.

"Às vezes, as pessoas começam a dar opinião de coisas que elas nem sabem. Esse programa tem aquela coisa de esquecer um pouco a opinião e pensar na diversão e nas histórias. Claro que pode ter história politizada. Perguntei pro Lucinho [Lúcio Mauro Filho] quem ele queria ser por um dia e ele disse que queria ser o presidente Bolsonaro", afirma o apresentador.

"Estamos vivendo essa polarização política no Brasil. Pessoas querendo dar opiniões... Chegamos num ponto [em que a gente se questiona] assim: 'Posso só hoje ir no batizado do meu sobrinho e a gente não falar de Paulo Guedes? Só agora, nesse momento?", brinca.

CENÁRIO INTIMISTA

Sofás, poltronas, puffs, almofadas e luminárias dão um tom intimista ao cenário do "Que História é Essa, Porchat?". Além do palco principal, o ambiente tem um bar onde o apresentador e seus convidados relembram passagens divertidas de suas vidas.

"Essa coisa de estar muito pertinho vai criando clima e as pessoas vão se soltando e se identificando, ficando todo mundo na mesma onda", diz o apresentador.

Em uma das paredes, há fotos do acervo pessoal de Porchat. Entre elas está a lembrança de uma viagem que ele fez com a mulher, Nataly Mega, para a Islândia. Ele aparece dentro de uma das cavernas utilizadas nas gravações da série "Game of Thrones", submerso em águas na temperatura de 50°C.

"Você entra meio queimando e lá não tem vida né, pela temperatura. Você vai andando e parece que é um chá seu. Minha mulher ficou do lado de fora quietinha. Foi ali que Jon Snow perdeu a virgindade, naquela caverna."  

"QUE HISTÓRIA É ESSA?"
Quando Terças-feiras, às 22h30
Onde GNT 
Direto do Rio de Janeiro, Cris Veronez/Folhapress
 
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