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16/08/2019 às 13:26 | Atualizada: 16/08/2019 às 14:58

Cejusc promove conciliação de avó e pai em relação a menino de 10 anos em Araguainha

Leiagora

Apesar de contar com menos de mil habitantes, a cidade de Araguainha, considerada o menor município de Mato Grosso, guarda problemas bastante comuns aos grandes centros urbanos. São relacionamentos desfeitos e mágoas do passado que acabam prejudicando importantes laços familiares, como o de pai e filho. Nessa quinta-feira (16 de agosto), aproveitando que a expedição Araguaia Cidadão estava passando por sua cidade, o policial militar Virgílio Gonçalves Pinto resolveu procurar o atendimento do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) na tentativa de resolver um impasse: gostaria de ver cumprido um acordo judicial e se reaproximar do filho João Pedro, de 10 anos.
 
A guarda da criança é da mãe, mas o menino vive com a avó materna, que cuida dele “desde a barriga”, conforme conta a dona Neura Divino de Almeida. O pai tem um acordo judicial que regulamenta as visitas, mas, ultimamente, não tem tido contato com o filho. Depois de uma boa conversa, muitas vezes em tom de desabafo, que foi acompanhada integralmente pelo promotor de Justiça Marcelo Domingos Mansur, as coisas parecem ter se acertado. Já neste sábado (17 de agosto), depois de muito tempo, o pai deverá levar João Pedro para um passeio, ainda que curto, para que o menino paulatinamente se acostume com a companhia do pai e os laços entre eles voltem a se solidificar.
 
“Para mim, foi muito benéfico porque acabamos de fazer um acordo aqui. Estou satisfeito. Tenho certeza que a família do meu filho também está satisfeita. Estamos muito agraciados com o acolhimento que nós tivemos aqui. Tenho um filho já de 10 anos de idade, e eu não tinha essa participação na vida dele, e de hoje em diante eu quero sempre estar junto com ele, ajudar a criá-lo, para ter um representante como pai, e ser corintiano”, brincou Virgílio, que disse sair feliz da audiência de conciliação. “Não estou cobrando nenhuma situação a mais que o meu direito de pai. Sei que ele está bem cuidado pela avó, e bola para frente, quero mais que ele tenha o pai, a mãe e a avó, tudo junto. ‘Tô’ satisfeito mesmo com o serviço de vocês aqui”, elogiou.
 
Já dona Neura disse que acredita que, a partir de agora, vai dar tudo certo. “Nós vamos tentar conversar bastante com ele, igual eu sempre fiz, para que ele possa aceitar ter esse contato com o pai biológico dele. Foi importante essa audiência, foi bom ter vindo aqui, porque a gente conversa melhor, né? Achei proveitosa essa vinda aqui. É muito importante esse vínculo”, assinalou a professora, que trabalha com crianças há 32 anos e cujo amor pelo neto é perceptível constatar apenas pelo jeito como ela fala dele. “Cuido do meu neto desde que ele nasceu, aliás, desde que estava na barriga da mãe”, destacou.
 
Inicialmente, as visitas serão intermediadas pelo Conselho Tutelar, que continuará acompanhando o caso, explica o promotor de Justiça Marcelo Mansur. “O Conselho Tutelar foi acionado e vai fazer esse link entre a avó e o pai. Caso essa convivência não seja devidamente concluída, o Conselho vai relatar essa situação ao Ministério Público e, caso necessário, o MP proporá uma medida de proteção ao Poder Judiciário, oportunidade pela qual medidas serão tomadas para que esse link entre genitor e filho seja devidamente ativado. Com essa mediação, essa situação será resolvida ou por meio administrativo ou por meio judicial”, explicou.
 
Em relação à expedição, o promotor enalteceu a oferta dos serviços na cidade. “Essa oportunidade que o Poder Judiciário está proporcionando à cidade de Araguainha é realmente espetacular. São cidadãos que não possuem, a sua porta, o auxílio do Poder Judiciário, Ministério Público, de vários outros serviços públicos que são prestados em Alto Araguaia. Então, essa oportunidade da população ter o direito de exercer sua cidadania é fundamental”, observou.
Da assessoria, Lígia Saito/TJMT
 
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