16/08/2019 às 16:16 | Atualizada: 16/08/2019 às 16:47
Júri de homem que matou dois adolescentes em Poconé é adiado mais uma vez
Maisa Martinelli
O julgamento do fazendeiro Celzair Ferreira de Santana, acusado de matar dois adolescentes após um atropelamento em Poconé (104 km de Cuiabá), que estava marcado para esta sexta-feira (16), foi adiado mais uma vez. O motivo, desta vez, seria um atestado médico apresentado pelo réu, alegando estar com problemas cardíacos.
O fato aconteceu em 2007, quando Celzair, em alta velocidade e embriagado, atropelou os irmãos Katherine Louise Bittencourt, 19 anos, e Diego Guimarães Bittencourt, 14 anos, que estavam em uma motocicleta, fugindo sem prestar socorro. O condutor somente teria parado a caminhonete quando colidiu com um poste.
No dia do acidente, o acusado havia participado de uma festa na cidade e ingerido bebidas alcoólicas. Ele saiu do evento dirigindo o veículo e acabou atropelando os adolescentes, que estavam na moto parados em frente à residência onde moravam. Os irmãos tinham saído para almoçar com o pai, e voltavam para casa quando foram atropelados.
Essa não é a primeira vez que o julgamento de Celzair é adiado. No mês passado, o júri popular estava marcado para o dia 4, no entanto, foi redesignado para este mês por conta de conflito na escala de promotores.
Com mais um adiamento, a espera pelo Tribunal do Júri do réu se prolongará por mais algum tempo, o que causou revolta na mãe das vítimas, Rosinéia Guimarães.
“Não consigo entender e aceitar como pode esse assassino matar meus filhos dessa forma e nada acontecer . Já se passaram 12 anos do ocorrido”, disse ela.
“A demora por justiça causa em mim angústia e sofrimento moral, que é um desrespeito à dignidade da pessoa humana. E ele sempre tentando procrastinar o processo”, lamentou Rosinéia. “Meu coração está espedaçado, sinto me incapaz, impotente. Sem palavras para que eu possa expressar a imensa dor e sofrimento”, completou.
O processo tramita na 1ª Vara Criminal de Cuiabá desde 2008. Para adiar o julgamento, a defesa do réu alegou motivos de saúde, afirmando que Celzair encontra-se internado em uma unidade hospitalar.
"No caso, a defesa pleiteou, em tempo hábil, o adiamento do julgamento, tendo em vista a internação do réu em unidade hospitalar, desde o dia 14/08/2019, para tratamento de possível doença cardíaca, apresentando o respectivo atestado médico (fls. 2016/2022), com recomendação de repouso e proibição de locomoção até a melhora do quadro clínico, com a anotação de que o tratamento teve início no dia 25/06/2019, circunstância que impossibilitará o seu comparecimento ao julgamento”, pontuou a magistrada Monica Catarina Perri Siqueira.
A juíza deferiu o pedido, argumentando que "não há risco eminente de prescrição, em homenagem aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa”.
A nova data para o julgamento foi fixada para o dia 29 de outubro.
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