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05/09/2019 às 10:45 | Atualizada: 06/09/2019 às 09:04

Fertilizantes para soja atingem os preços mais altos em 9 anos

Gabriella Arantes

O preço de um dos principais fertilizantes usados na soja (fosfatados e potássicos), registraram em 2019, os preços mais altos nos últimos 9 anos. É o que aponta o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). 

De acordo com o Capea, esse cenário esteve atrelado a eventos registrados em 2018. ”Como a greve dos transportadores rodoviários, o tabelamento dos fretes, a oscilação cambial (devido aos entraves políticos) e a valorização das matérias-primas no mercado externo”, informou.

Nesta temporada 2019/2020 a média de compras foi de 70%, ante os 62% dos últimos 9 anos. “Com estes preços nominais mais altos, os custos com adubos devem ser os mais elevados desde 2010 para o sojicultor brasileiro”, diz a entidade.

Neste período, que é o mais importante para a análise, as cotações dos fertilizantes subiram, em média, 38%, devido ao aumento cambial. No primeiro período, de 2010 a 2015, os fertilizantes se valorizaram 76%, mas recuaram em 2016 e 2017. Nesses anos, as cotações dos fertilizantes foram fortemente pressionadas pela desvalorização do dólar frente ao Real e pela grande disponibilidade das matérias-primas no mercado internacional.

Os pesquisadores lembram que em 2018, o câmbio mais elevado encareceu os fertilizantes, principalmente no segundo semestre, quando os rumores da guerra comercial entre China e Estados Unidos e os entraves do cenário político eleitoral brasileiro desvalorizaram de forma expressiva a moeda brasileira em relação ao dólar. Acrescido a isso, o tabelamento dos fretes, como resolução da greve rodoviária, impactou ainda mais as cotações, de forma que, entre 2017 e 2018, o preço do adubo registrou elevação de 31%.

Segundo o Capea, em 2019, o dólar ficou ainda mais valorizado que no primeiro semestre de 2018 – passou de R$ 3,42 para $ R$ 3,84 nesse período e, como reflexo, as cotações dos fertilizantes potássicos e fosfatados registraram aumento médio de 21%. O KCl, por exemplo, passou de R$ 1.386 por tonelada para R$ 1.796 por tonelada. Já o MAP teve uma elevação de R$ 269 por tonelada entre um ano a outro, sendo comercializado a R$ 2.076 no primeiro semestre de 2019.
 
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