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09/09/2019 às 07:55 | Atualizada: 09/09/2019 às 14:59

Coronel é preso por tentar atrapalhar investigações de operação

Luana Valentim

O tenente-coronel da Polícia Militar, Marcos Eduardo Paccola, foi preso no início da noite desse domingo (08), em sua residência, no condomínio Alphaville, pelo Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado. Paccola havia conseguido ficar em liberdade na deflagração da Operação Coverage no último dia 21 de agosto. 

Segundo informações, ele é acusado de ter voltado a fraudar registros de armas da PM, promovendo alterações no histórico da arma de fogo de número de série B27551 e número Sigma 896367, vinculada ao boletim reservado 287, em favor do grupo criminoso.

 “Imprescindível ressaltar que o acesso ao sistema SIRGAF da PMMT ocorreu após a deflagração da Operação Coverage realizada na manhã do dia 21/09/2019, fato este que causa muito espanto e que demonstra de maneira irrefutável que a organização criminosa ora desvelada continua operando mesmo com a atuação deste r.Juízo e Ministério Público Estadual”, pontuaram os promotores de Justiça.

Acontece que informações sobre a operação vazaram antes de ela ser deflagrada e, com isso, o seu advogado se antecipou pedindo o habeas corpus, onde o desembargador do Tribunal de Justiça acabou concedendo a ele o salvo conduto. Todavia, o juiz João Bosco Soares da Silva ressaltou, na decisão que determinou a prisão preventiva de Paccola, que mesmo em liberdade, o coronel “continuou a realizar atos ilícitos de obstrução da justiça”, de acordo com informações da Corregedoria-Geral da Polícia Militar.

A operação deflagrada pelo Gaeco teve o objetivo de cumprir quatro mandados de prisão contra oficiais da Polícia Militar que estariam envolvidos em um esquema de adulteração e venda ilegal de armas do Comando Geral da Polícia Militar.

São alvos da operação o tenente-coronel PM Sada Ribeiro Parreira, tenente-coronel Marcos Eduardo Paccola, tenente Thiago Satiro Albino e o tenente Cleber de Souza Ferreira.

Cleber já está preso por facilitar a entrada de 84 celulares dentro da Penitenciária Central do Estado. Os aparelhos foram encontrados dentro de um freezer. Ele também é investigado na operação Mercenários, que era um grupo que matava pessoas por encomendas.

O sargento da PM Berison Costa e Silva foi preso pelo Gaeco no dia 23 de agosto, suspeito de envolvimento em fraudes de documentos e sistemas de informações, para acobertar integrantes de um grupo de extermínio. Ele teria adulterado a pistola tipo Glock, 9 mm que pertence a Cleber, com a sua senha.

E, de acordo com a investigação realizada pela Promotoria Militar com o apoio do Gaeco, a partir de provas compartilhas pela Polícia Civil, devidamente autorizada pelo Poder Judiciário, um exame balístico comprovou que a pistola foi utilizada em sete crimes de homicídio (quatro tentados e três consumados), praticados pelo grupo de extermínio.

Ainda apontou que, com a finalidade de obstruir as investigações relacionadas aos referidos homicídios, os militares articularam a alteração do registro da arma de fogo, mediante falsificação documental e inserção de dados falsos em sistema da Polícia Militar, tudo para ocultar que na data dos sete crimes de homicídios, a pistola já estava em poder do tenente Cleber.

Em nota, a assessoria da PM informou que a Corregedoria da Polícia Militar tomou conhecimento da prisão do tenente-coronel Marcos Eduardo Ticianel Paccola, efetuada pelo Gaeco, no domingo (08.09). Tão logo ficou sabendo designou um oficial superior para acompanhar os procedimentos, como determinada as normas, e agora está reunindo a documentação relativa a essa prisão para juntar em inquérito já instaurado pela Corregedoria.
 
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