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12/09/2019 às 07:52 | Atualizada: 12/09/2019 às 09:21

'Secretária e governador não falam a mesma língua e usam institutos sem credibilidade'

Fernanda Leite

A secretária de Meio Ambiente de Mato Grosso, Mauren Lazzaretti, foi ouvida por quase 4 horas pelos deputados estaduais durante colégio de líderes nessa quarta-feira (11), para justificar os índices de queimadas em Mato Grosso. 

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), apontam que o Brasil registrou no período de janeiro a 19 de agosto um aumento de 83% das queimadas comparados com o mesmo período de 2018. Em Mato Grosso, foram registrados mais de 14 mil focos acumulados.  O estado lídera o ranking de queimadas entre os estados que fazem parte do Amazônia Legal. 

Autor do requerimento para que a secretária comparecesse no  parlamento, o deputado estadual Wilson Santos (PSDB), lembra que o governador Mauro Mendes (DEM) foi convidado para participar de um encontro na ONU (Organizações das Nações Unidas) no próximo dia 23 para prestar esclarecimentos sobre queimadas e desmatamento no Estado. 

"Me chama a atenção que o governador encaminha projetos para desmatamento no Estado, que autoriza saltar de 12 mil metros cúbicos para 49,5 mil metros cúbicos , no nosso entendimento é autorização para desmatar. Mas ele diz que o meio ambiente é o   abre-alas do comércio internacional e que a crise ambiental afeta o estado pois, pode desencadear não só uma reação de países, algo menos provável, mas uma reação de consumidores no exterior contra produtos brasileiros. Isso seria um desastre para nosso país e uma catástrofe para Mato Grosso, que depende muito das exportações agrícolas", relatou Wilson citando uma declaração do governador  em recente entrevista.

A secretária justifica que os números de queimadas no Estado diminuiu. "O  instituto Imazon aponta que Mato Grosso reduziu e na apuração anuação reduziu em 17%. Um dos únicos estados do Amazônia Legal que reduziu. Não houve redução de  fiscais, temos ainda 51 fiscais. Temos o Tabalhão Ambientão, e trabalhamos em conjunto com o Ibama, Sema e estão trabalhando em conjunto. Não é só Mato Grosso que está queimando, mas o mundo [...]", relatou.

Para ao deputado Wilson Santos, a secretária não aceita a realidade e diverge sobre a  existência  um caos no estado com relação às  queimadas e desmatamento, mas o governador admite e decreta  calamidade.
 
"A secretária e o governador não estão falando a mesma língua. Utilizam indicadores de institutos sem credibilidade, desprezam os números do Inpe, apoiam projetos do governo para desmatar Mato Grosso e não cobram do governo estadual o aumento efetivo. Além disso, 90% das multas são anuladas. Tem uma grave crise de gestão.  Vamos trabalhar para reprovar esse projeto de desmatamento, que já foi aprovado em primeira votação. É um contrassenso, o governador fala uma coisa e manda para o projeto que aumenta o desmatamento. o Discurso é um e a prática é outra", criticou Santos.

Mauren defende que o decreto de emergência  do governador se deu por causa da previsão de aumento das queimadas devido às condições climáticas. " A ausência de previsão de chuva nos obriga a tomar outras medidas  além do que estavam previstas  dentro do planejamento ao combate aos incêndios florestais. Não há previsão de chuva tem locais que não chove há mais de 400 dias. O decreto também é para acessar mais recursos que estão no Supremo Tribunal Federal (STF), destinados para o Estado",  conta. 

Para Mato Grosso, são aproximadamente R$ 9 milhões 'travados' no STF. "A Procuradoria Geral do Estado está trabalhando para fazer o requerimento do dinheiro", declarou a gestora da Sema. 
 
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