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19/09/2019 às 14:57 | Atualizada: 19/09/2019 às 19:09

Deputados fazem manobra para oitiva secreta e doleiro critica

Fernanda Leite e Alline Marques

Requerimento assinado pelo procurador da Assembleia Legislativa, Grhegory Paiva Pires Moreira Maia, para que a oitiva do doleiro Lucio Funaro para a Comissão Parlamentar de Inquérito da Renúncia e Sonegação Fiscal fosse secreta foi aprovado pelos deputados Nininho (PSD), Janaina Riva (MDB) e Dilmar Dal Bosco (DEM). Já o presidente da CPI, Wilson Santos (PSDB), votou contra.  

O mais curioso é que o próprio depoente disse estar disposto a falar abertamente e criticou a decisão dos parlamentares em realizar uma oitiva secreta. “Esta não é uma atitude para ser tomada no estado democrático de direito”, afirmou Funaro ao lembrar que até mesmo as CPI’s no Congresso ocorreram de maneira transparente. 

Wilson Santos reclamou da postura dos demais colegas que votaram pela oitiva secreta e disse que a sociedade exige transparência. Ele explicou ainda que o doleiro não colocou nenhuma dificuldade com relação ao depoimento e em nenhum momento exigiu que a sessão fosse secreta. Ele lembrou, inclusive, que a oitiva na CPI da Câmara ocorreu de maneira aberta. 

Questionado sobre um suposto encontro entre o doleiro e alguns deputados, o presidente da CPI negou ter participado de qualquer reunião com Funaro e disse ter ficado surpreso com a postura dos colegas em pedir que a sessão fosse secreta. 

Funaro ficou conhecido após ser preso na Operação Lava Jato acusado de ser o operador do ex-deputado Eduardo Cunha (RJ) em esquemas de corrupção e de lavagem de dinheiro. Em depoimento à CPI do BNDES na Câmara dos Deputados declarou que o empresário Joesley Batista, do grupo empresarial J&F, fraudou pagamentos de ICMS em Mato Grosso. O esquema teria ligações com o pagamento de propina a políticos no estado.

Segundo o doleiro, Joesley teria poupado o primo mato-grossense Fernando Mendonça,  empresário do ramo atacadista e alvo da operação Ararath, que investiga um esquema de lavagem de milhões de reais por meio de empresas de factoring, postos de gasolina, dentre outros. O depoimento dele na Câmara é que motivou sua convocação para Mato Grosso.

Em entrevista coletiva antes da CPI, Funaro preferiu não adiantar sobre o que irá apresentar à comissão, mas disse ter assinado um acordo de colaboração e pretende cumpri sempre que acionado porque qualquer órgão em qualquer esfera. 

Sobre a relação com a JBS e as fraudes de ICMS, ele disse que soube que Fernando Mendonça era o operador financeiro da JBS em um encontro na casa do Joesley. Ele prometeu relatar tudo que ele pode provar à CPI. Ele informou ainda que seu relacionamento com o proprietário da JBS iniciou em 2011. 

Atualizada às 15h32 / Atualizada às 16h03
 
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