07/10/2019 às 18:11 | Atualizada: 07/10/2019 às 20:05
Deputados receberam R$ 175 milhões em propina; Maggi teria continuado esquema
Fernanda Leite
A reportagem do Leiagora teve acesso de um documento da possível colaboração premiada do ex-deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Geraldo Riva, feito no Ministério Público (MP).
A delação é direcionada à procuradora de Justiça Ana Cristina Bardusco, chefe do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Garco), com data do dia 27 de março deste ano.
De acordo com o documento, o mensalinho pago aos parlamentares chegou a quase 175 milhões. Entre os anos de 1995 e 1998 o valor da proprina foi de R$ 15 mil. Entre 1998 a 2002 foi de R$ 20 a R$ 25 mil.
No documento, Riva conta como funcionou o pagamento de propina mensal aos deputados estaduais e apresentou diversas provas como: transferências bancárias, depósitos bancários, notas promissórias e testemunhas, que houve a partir do ano de 1995 o pagamento de propina aos deputados para mantê-lo na base do governo. Já os que não faziam parte da base, no caso, à oposição, eram excluídos do esquema.
Os esquemas ocorrem desde 1995 e continuaram nas gestões do ex-governador Blairo Maggi e Silval Barbosa. Conforme Riva, Maggi teria encaminhado a propina por meio de suplementação.
Conforme consta no documento, na gestão do ex-senador e ex-governador foram pagos entre R$ 30 e 35 mil de propina. Já na gestão Silval Barbosa, o valor chegou a R$ 50 mil.
“Com a eleição do Governador Blairo Maggi, em 2002, o próprio Governador sugeriu que poderia manter o esquema de outra forma, e se dispôs a repassar o montante da propina para a AL/MT, com um adicional, isto é, acrescentaria um vultoso valor no orçamento do Parlamentares, ainda que a título de suplementação.
Essa prática se perpetrou e adentrou ao Governo Silval Barbosa, sem nunca falhar, pois, ainda que não houvesse recursos e financeiros e orçamentário, a prática era a de recorrer a empréstimos, através de empresas de factorings ou até mesmo de agiotas, os quais, posteriormente, eram pagos com a mesma fonte de recursos utilizados para atender aos Deputados, ou seja, com a utilização de empresas fornecedoras de materiais ou de prestação de serviço, tais como.”, consta no documento.
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