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08/10/2019 às 15:12 | Atualizada: 08/10/2019 às 16:50

Sérgio Ricardo negociou vaga no TCE por R$ 11 milhões, diz Riva

Maisa Martinelli

O ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), José Riva, afirmou, em suposta proposta de delação premiada, que teria negociado pagamento de propina e compra de vaga do conselheiro Sérgio Ricardo no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT).

Consta do documento que em 2009 houve uma negociação entre o então deputado Sérgio Ricardo e o então conselheiro Alencar Soares Filho para que o parlamentar assumisse sua vaga. “Nesse sentido, as primeiras tratativas findaram pelo compromisso da compra da vaga no TCE por R$12.000.000,00 (doze milhões de reais), sendo que R$2.500.00,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) foram repassados de imediato via o Sr. Edemar Nestor Adams ao Sr. Alencar Soares Filho a partir dos valores ilícitos obtidos pelas empresas do Grupo Nassarden investigadas na Operação Imperador”, diz parte do documento.

De acordo com a proposta de delação premiada, houve a tentativa do então governador Blairo Maggi em colocar Éder Moraes na vaga de conselheiro do TCE-MT, sendo realizada uma reunião entre eles e Riva, para viabilizar o acordo. Todavia, segundo o ex-deputado, Éder não poderia assumir a vaga, já que, mesmo se Sérgio Ricardo desistisse do acordo, outros parlamentares já tinham manifestado interesse em ficar com a vaga.

Transcorridos dois anos, Sérgio Ricardo e Riva formalizaram nova reunião a fim de concretizar o plano, que já atingia o valor de R$11.000.000,00, sendo que R$$6.000.000,00 seriam pagos por Sérgio e R$5.000.000,00 seriam quitados pela ALMT em parceria com Riva.

“No 1º pagamento, o Sr. Sergio Ricardo de Almeida disponibilizou R$3.000.000,00 (três milhões de reais), em espécie, entregues ao Sr. Alencar Soares em sua residência, na presença do Colaborador. Frise-se que esses valores tiveram origem nos desvios de recursos da ALMT através das empresas Comercial Amazônia de Petróleo, Capital Comércio e Representação de Móveis e Informática, e Uni Soluções em T.I., sendo que foram pagos a essas empresas, no segundo semestre de 2010 (Doc. n. XX), os valores aproximados de R$4.000.000 à Capital Comércio e Representações, R$6.700.000,00 a Comercial Amazônia de Petróleo e R$6.000.000,00 à Uni Soluções em TI.29***”, diz o documento.

Desses valores, segundo Riva, Sérgio Ricardo receberia propina oriunda dessas empresas, para realizar o pagamento da vaga no órgão.

Sérgio Ricardo já é investigado pela compra da cadeira no Tribunal de Contas na Operação Ararath e está afastado do cargo desde janeiro de 2017. A situação dele foi agravada após delação do ex-governador Silval Barbosa (MDB) que revelou o pagamento de propina a membros da Corte de Contas resultando no afastamento de seis conselheiros. O ex-deputado já teve vários recursos negados para retornar ao cargo. 
 
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