A senadora Selma Arruda (Podemos) em uma entrevista à revista Istoe contou o porquê muitos não querem a CPI da ‘Lava Toga’ que pretende investigar possíveis irregularidades cometidas por membros do poder Judiciário, inclusive ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Há uma força contrária muito grande. Tem uma resistência forte, com cartas pesadíssimas jogadas na mesa. A gente sabe que isso não é brincadeira e se não houver um empenho significativo da nossa parte, não conseguiremos apurar nada nos próximos quatro anos. A gente tem várias pessoas, com interesses diferentes, que se uniram para se proteger. Um determinado político se protege com a ajuda de determinado ministro do STF. Faz parte de uma corrente suja. Há pelo menos dois ou três ministros do STF que eu diria ser muito provável que estejam envolvidos nessa corrente suja, mas eu sempre gosto de preservar as instituições, porque eu também já fui juíza e sei que a gente não pode jogar todo mundo na vala comum” diz ela em vários trechos da entrevista.

Ao ser indagada se o presidente Jair Bolnaro estaria por trás tentando ‘abafar’ para proteger o filho e senador Flávio por causa dos malfeitos no Rio ela respondeu:  “Isso é o que tem sido denunciado por colegas e eu lamentaria se fosse verdade. Eu acredito no Bolsonaro, continuo querendo muito que ele dê certo. Para mim, é doloroso pensar que isso seja verdade. Tínhamos esperança em dias melhores até meses atrás”, avalia.

Ela também comentou sobre a crise do seu antigo partido que vive uma guerra entre o presidente Bolsnaro e o fundador do PSL, Luciano Bivar. Para ela, a confusão é por causa do controle do dinheiro para campanhas eleitorais.

“O partido ficou poderoso por conta do dinheiro auferido com a eleição e agora as pessoas que querem deixar a sigla pensam duas vezes: sair de um partido rico e ir para onde? E o dinheiro para as eleições do ano que vem? O que eu tenho visto por aí é que nenhum desses grupos está preocupado com o futuro, com os interesses partidários. Todos só pensam no dinheiro que ele gera”, avalia.

Confira a entrevista em que ela fala sobre sua cassação, briga no PSL, Bolsnaro e a  discussão no STF sobre o  fim da prisão em segunda instância. 

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