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31/10/2019 às 12:01

‘Dia de Campo’ apresenta potencial do Maracujá como opção à Fruticultura em MT

Leiagora

O secretário de Estado de Agricultura Familiar, Silvano Amaral participou no sábado (26.10), do 2º Dia de Campo da Cultura do Maracujá, realizado em parceria com Prefeitura Municipal de Nova Brasilândia. O cultivo do maracujá teve início no município há cerca de quatro anos, e nos últimos dois passou a contar com o apoio da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) em parceria com técnicos da prefeitura municipal e Empaer (Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural). Apesar de recente, a cultura já registra números expressivos na produção.

O município reúne 12 produtores de maracujá, que juntos somam 7,5 hectares plantados. Em média, as propriedades apresentam áreas entre 0,5 a 2 hectares cultivadas, algo em torno de 400 a 800 plantas de maracujazeiros. Entre as cultivares de maracujá-amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa) estão sendo trabalhadas, o FB 200 “Flora Brasil”, material desenvolvido na região do Triângulo Mineiro e a BRS Rubi do Cerrado, desenvolvido pela Embrapa. Por ano são produzidas mais de 225 toneladas, com uma produtividade média de 30 toneladas por hectare.

O Rubi do Cerrado tem apresentado a maior produtividade com 60 toneladas/ha, muito acima da média produzida em outras regiões brasileiras. As áreas de cultivo têm demonstrado um excelente padrão de desenvolvimento e alto índice de 'pega' após a polinização manual. A expressividade da produção se deve principalmente a inserção de cultivares geneticamente mais produtivos, como o FB 200 “Flora Brasil” e o BRS Rubi. A introdução de novas tecnologias, aliada a fatores como o manejo de pragas e doenças, a adubação orientada, o manejo das podas para formação e condução dos maracujazeiros, e a implantação de sistemas de irrigação são diferenciais que tem garantido o aumento da produtividade.       

Entre as características do Rubi, está a produção de frutos 50% amarelos e 50% vermelhos. Segundo dados coletados em campo, a produção do Rubi em Nova Brasilândia apresentou maior percentual de frutos com coloração amarela muito superior aos avermelhados, o que traz vantagem ao produtor no momento de negociar a venda dos frutos. Apesar de possuírem mesmo sabor e textura, o maracujá amarelo ainda tem a preferência do consumidor.

O incentivo ao maracujá faz parte do Programa MT Produtivo – Fruticultura, coordenado pelos engenheiros agrônomos da Seaf, Luciano Gomes e Leonardo Silva Ribeiro.

Na parceria entre Estado e Município, o Viveiro de Nova Brasilândia é responsável pela produção das mudas de maracujá, que são repassadas de forma acessível aos produtores. Já a Sea é responsável pela orientação das atividades como a capacitação de técnicos e produtores em campo, e a realização de ações conjuntas em parceria com a Empaer, principal responsável pela assistência técnica. Além de contar com assistência técnica continuada, os produtores também têm acesso ao canal virtual disponível para o esclarecimento de dúvidas e outras informações.

“Precisamos destacar o empenho de todos os parceiros envolvidos na expansão do maracujá em Nova Brasilândia, mas de uma maneira muito especial, precisamos enfatizar a sensibilidade e a visão estratégica da prefeita Mauriza Augusta em se unir aos agricultores e trabalhar para o avanço conjunto do município. Tenho reiterado o quanto a participação das prefeituras é fundamental para o fortalecimento da agricultura familiar. O Estado tem investido de maneira maciça no enfrentamento de questões históricas, como a regularização ambiental e fundiária das propriedades, o acesso ao crédito, a regulamentação do Susaf, a estruturação das cadeias produtivas, a concessão de incentivos fiscais, entre tantas outras ações que precisam ser enfrentadas para que o produtor tenha condições dignas de produção e renda”, afirmou o secretário Silvano Amaral.

Mercado Consumidor

O maracujá é uma cultura de alta rentabilidade e rápido retorno. Em apenas quatro anos, a produção de Nova Brasilândia tem conquistado importantes mercados consumidores. Hoje, as 12 famílias envolvidas na produção do fruto produzem juntas cerca de 250 kg de maracujá por semana. A expectativa é que pelo menos outros 12 agricultores já estejam se preparando para iniciar o plantio do fruto. A prefeitura tem dado apoio aos produtores na prospecção de novos mercados consumidores e no intermédio para a venda dos produtos.

Sozinha, a rede de Supermercados Big Lar é responsável pela compra de 250 kg de maracujá por semana. Cada caixa selecionada de 12 quilos é vendida ao valor de R$ 70,00. A rede inclusive já ampliou a demanda pelo fruto, que vai saltar de 250 para 600 kg semanais. O uso de cultivares geneticamente avançados e assistência técnica adequada tem garantido a produção de frutos de alto padrão, capazes de atender os mercados mais exigentes. O excedente é entregue nas redes de Supermercado Paulista, Dia a Dia, e a menor parte é comercializada na Central de Abastecimento de Cuiabá. Já os frutos sem classificação comercial são usados para a produção de polpas.

Apesar dos números expressivos, a produção de maracujá ainda tem muito espaço para crescer em Mato Grosso. Aproximadamente 70% de todo maracujá consumido no Estado é trazido de outras regiões. O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá com 554,5 mil toneladas e área de aproximadamente 41 mil hectares (IBGE, 2019). A Bahia é o principal produtor, com cerca de 107,6 mil toneladas, seguido por Santa Catarina com 27,8 mil toneladas, Ceará com 19,7 mil toneladas, e Espirito Santo com 19,3 mil toneladas. Mato Grosso produz 3,2 mil toneladas em 301 hectares de maracujá. A produtividade média gira em torno de 10,7 mil quilos/ha.  

O 2º Dia de Campo da Cultura do Maracujá em Nova Brasilândia também contou com a palestra técnica do médico veterinário e gerente do Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial, Familiar e de Pequeno Porte (Susaf), Eduardo Dantas.

 
Direto da redação, Naiara Martins | SEAF-M
 
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